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Traufaut
O equilíbrio financeiro do cineclube vê-se ameaçado, entretanto, pelas dívidas acumuladas
por Truffaut para financiar as sessões semanais e a locação dos filmes. Ele chegou a um acordo com
o chefe do departamento cinematográfico dos Éclaireurs de France,
o sr. Guillard, um colega de seu
pai, para alugar a prazo cópias da
MGM sem a intermediação da federação de cineclubes. Os Éclaireurs de France pagam antecipadamente o aluguel e Truffaut compromete-se a reembolsá-los com a
receita da manhã de domingo. O
mesmo contrato é assinado com o
sr. Marcellin, proprietário do
Cluny-Palace. O problema é que as
dívidas aumentam: 8.000 francos
depois da segunda sessão, de 21 de
novembro, dedicada a "Barreaux
Blancs", e 7.500 depois da sessão
de 28 de novembro, com "Ben
Hur", de Fred Niblo... Truffaut
precisa dar um jeito para acertar as
contas. As circunstâncias não o
ajudam.
Cinco meses antes, no fim de junho, ele deixou a firma Simpère,
cansado do trabalho pesado, tedioso e repetitivo, com 12.000
francos de indenização, que lhe
permitiram dar a partida no cineclube. Desde então, trabalha meio
expediente numa livraria-papelaria perto da Comédie Française, La
Paix Chez Soi, onde ganha muito
menos. Não julgou necessário informar a respeito os pais, que pensam estar ele ainda na Simpère, já
que continua a entregar-lhes uma
parte de seu salário juntamente
com contracheques que trazem o
logotipo da firma. Janine e Roland
Truffaut ignoram que o dinheiro é
de empréstimos e que François
furtou os contracheques antes de
deixar a empresa.
continua
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