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José Simão
Buemba! Tô "No Limite" do cartão!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O
braço armado da gandaia nacional. Direto do
FHnistão! E dizem por aí que os cariocas produzem novelas e minisséries, os paulistas
produzem programas de auditório pra classe
F e os brasilienses produzem a TV Senado. E
os baianos? Os baianos produzem o compositor da música da novela, o axé pros programas de auditório e o ACM pra TV Senado!
E esse novo programa da Globo, "No Limite"? Grandes novidades. Brasileiro já vive no
limite. No limite do cartão, no limite do cheque especial, no limite de um ataque de nervos e no limite de comer a cunhada! Grupo de
pessoas tentam sobreviver em lugar isolado e
selvagem. Grandes novidades. Quem consegue sobreviver numa cidade brasileira consegue sobreviver em qualquer terra selvagem.
E onde fica essa terra selvagem do programa da Globo? Numa praia no Ceará a meio
quarteirão do Hotel das Fontes. Agora é só
descobrir o grupo no meio da noite usando o
"room service". É só dar um plantão. Plantão
do Jornal Nacional: "Sobreviventes flagrados
comendo sanduíche de filé com batatas
chips". É como aquele faquir que de dia dormia numa cama de prego na farmácia e aí o
pessoal da cidade resolver montar uma campana no meio da noite e flagraram: o faquir
comendo um bife!
E aquela mulher gorda de 54 anos subindo
dunas e mais dunas? Um leitor quer saber ser
fizeram exame médico nela como fazem no
programa dos Estados Unidos. Porque esse
"No Limite" é cópia do "Survivors". Aliás,
desculpe, como o mundo copia a Globo. Rarará!
E sobreviver numa praia no Ceará é moleza. Quero ver alguém atravessar São Paulo
num carro e com um Rolex no pulso. Dou de
lambuja três semáforos. E sobreviver numa
praia no Ceará é moleza. Quero ver passar o
fim-de-semana no verão em Caraguatatuba:
engarrafamento de sete horas pra descer a
serra, falta d'água, queda de barreira, fila pro
pão, fila pro leite, fila pro telefone e o celular
não pega. Isso é que é No Limite! E como me
disse um outro leitor: a Globo acaba de lançar
um novo gênero com esse "No Limite":
AVENTIRA, aventura de mentira. Rarará.
Nóis sofre, mas nóis goza. Acorda, Brasil!
Que eu vou dormir!
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