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Auditoria vê condições degradantes de trabalho na fornecedora da Apple

Inspeção divulga irregularidades um dia após visita de Tim Cook a fábricas da Foxconn na China

Foxconn diz que vai reduzir jornada de 60 para 49 horas semanais e que vai contratar mais funcionários

DA REUTERS
DE SÃO PAULO

Uma inspeção de um mês da FLA (Associação pelo Trabalho Justo, na tradução do inglês) constatou que funcionários da Foxconn trabalhavam mais de 60 horas por semana e até 11 dias seguidos.

Com isso, a fornecedora de componentes da Apple, da Dell, da Microsoft e da HP violou não só as leis chinesas, mas também os códigos de conduta da indústria.

O relatório independente em que constavam os apontamentos foi divulgado ontem, um dia após o presidente-executivo, Tim Cook, visitar pela primeira vez as instalações da Foxconn depois de assumir o cargo.

Ele foi ao parque tecnológico de Zhengzhou, que emprega 120 mil pessoas.

O percurso foi guardado a sete chaves, mas contou com a visita a uma das duas lojas da Apple na capital chinesa.

Incluiu também encontros com o vice-primeiro-ministro da China, Li Keqiang, e com o prefeito de Pequim.

A FLA ouviu cerca de 35 mil do 1,2 milhão de trabalhadores da Foxconn e inspecionou as três fábricas -de Guanlan, Longhua e Chengu.

Autorizadas pela Apple, as investigações começaram depois de críticas de que iPhones e iPads eram fabricados com a exploração do trabalho de chineses.

A FLA encontrou más condições de trabalho. Dos funcionários ouvidos, 43% já tinham visto acidente ou sido vítimas. A remuneração mensal ficava entre US$ 360

(R$ 650) e US$ 455 (R$ 820) -recentemente a Foxconn reajustou os salários em 25%

Em resposta ao resultado da averiguação, Apple e Foxconn concordaram em uma parceria para melhorar as condições de trabalho.

"Apple e Foxconn são duas das maiores empresas nesse setor e, assim que elas trabalharem juntas para uma mudança, eu realmente creio que elas liderarão o resto do setor", disse Auret van Heerden, presidente da FLA.

A Foxconn vai reduzir o tempo de trabalho de 60 para 49 horas -incluindo as horas extras. Para compensar, contratará mais 10 mil trabalhadores e construirá novas casas para acomodá-los.

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