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Ociosidade traz risco de 'naufrágio' para o setor naval

Apesar do cenário favorável, com incentivos fiscais e 312 encomendas, indústria não tem uma política adequada

Outro problema é que a agência reguladora não sabe o número de estaleiros que estão em construção no país

DENISE LUNA
DO RIO

A falta de uma política para a indústria naval e a descentralização na construção dos estaleiros no país podem comprometer o setor no longo prazo, apesar de o cenário atual ser favorável e os números indicarem que a capacidade instalada hoje já supera o auge do passado.

Mesmo com as encomendas da Petrobras e incentivos fiscais, o governo tem demonstrado pouca coordenação na retomada da indústria, a ponto de a Antaq (agência reguladora do setor), não ter o número dos estaleiros que estão sendo construídos ou planejados no país.

Desde a retomada do setor, incentivada pela política de ampliação do conteúdo nacional da gestão Lula, dois estaleiros foram construídos: Atlântico Sul (PE), o maior do país, e Rio Grande (RS).

Outros tantos entraram em obras e alguns dependem de licenças ambientais. Antigos estaleiros que viveram o auge nos anos 1970 passam por expansão ou modernização.

A questão agora é como dar sustentabilidade para uma indústria que, apesar de ter no momento 312 encomendas, corre o risco de ficar ociosa no futuro.

Para Floriano Pires, professor da Coppe/UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia) e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval, a solução é investir na qualificação de mão de obra e na busca de tecnologia.

Júlio Bueno, secretário de Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, vê na descentralização um grande obstáculo para o sucesso da indústria, assim como a falta de estímulo para a instalação de fornecedores navais.

Para Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e "Offshore"), a diferença do Brasil para os principais estaleiros internacionais é o apoio dos governos.

"Na China, os estaleiros são do Estado; na Coreia, o governo apoia a formação de pessoal e a pesquisa nas instituições de ensino."

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