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Commodities

China barra centro de distribuição da Vale

Sem autorização para operar no gigante asiático, mineradora construirá 2ª estação de transferência nas Filipinas

Com projeto, empresa conclui logística para transporte de minério até os portos chineses sem uso de supernavios

PEDRO SOARES
EM SÃO PAULO
TATIANA FREITAS
DE SÃO PAULO

Depois de impedir os supernavios da Vale de atracar em seus portos, o governo chinês agora barra a instalação de centros de distribuição da mineradora no país.

"Não conseguimos obter as licenças e autorizações para operar na China", afirmou José Carlos Martins, diretor-executivo da Vale.

Diante da resistência, a Vale construirá mais um centro de logística nas Filipinas para encurtar a distância até o seu principal cliente.

Com as suas bases na Ásia, a Vale concorre em pé de igualdade com suas rivais australianas BHP e Rio Tinto.

A partir dos terminais brasileiros, um navio da Vale leva 45 dias para chegar à China, enquanto as australianas não demoram mais que 12.

Em razão da distância, o minério da Vale é negociado com um desconto em relação ao australiano. "Os chineses preferem comprar de quem está mais próximo porque, como o minério chega rapidamente, há menos incerteza em relação ao preço", diz.

Com o novo projeto logístico, a mineradora brasileira espera eliminar esse "pênalti [desconto]" no preço do minério de ferro.

Os centros de distribuição serão usados para a transferência dos megacargueiros Valemax -proibidos de atracar na China- e para armazenar minério de ferro.

PLANO B

A estratégia inicial da empresa era construir esses centros no território chinês, mas, como ela não foi autorizada a operá-los no país asiático, decidiu reforçar investimentos em logística na Ásia, que servirá de base para o transporte até a China.

Desde fevereiro deste ano, a Vale opera uma estação de transferência de minério na baía de Subic, nas Filipinas, que permite a transferência do minério dos megacargueiros para navios menores.

Como essas estações são móveis, elas podem se deslocar para locais ainda mais próximos da China, o que permite reduzir ainda mais o tempo de entrega.

A empresa também já opera um centro de distribuição em Omã, integrado a uma pelotizadora (unidade de processamento de minério), e está erguendo outro na Malásia com entrega prevista entre o fim de 2013 e início de 2014.

"Os centros de distribuição e as estações de transferência permitirão absorver toda a capacidade dos 35 Valemax em construção", disse Martins à Folha. "Com eles, teremos equacionada essa questão logística."

Juntos, os 35 supernavios devem transportar 60 milhões de toneladas de minério de ferro por ano -20% da produção anual da Vale.

Em janeiro deste ano, o governo chinês barrou os supercargueiros Valemax alegando falta de dados sobre os riscos ambientais.

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