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Pane no BB deixa clientes sem poder acessar poupanças

Sistema de informática do banco apresenta problema e 24,5 mi não conseguem sacar ou consultar os saldos

Segundo a instituição, houve sobrecarga devido a atualizações para as novas regras; PSDB vê 'trapalhada'

Sergio Lima/Folhapress
A secretária Isa Araújo, que teve de recorrer ao cheque especial para pagar o aluguel
A secretária Isa Araújo, que teve de recorrer ao cheque especial para pagar o aluguel

LORENNA RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Uma pane no sistema de informática do Banco do Brasil deixou ontem os clientes da instituição em todo o país sem acesso ao dinheiro depositado em suas poupanças.

Segundo o banco, houve uma sobrecarga na madrugada, quando foram feitas atualizações no sistema para adequá-lo às novas regras de remuneração da poupança, que vigoram desde sexta-feira passada.

Com isso, os 24,5 milhões de clientes com aplicações desse tipo no BB não conseguiram sacar, transferir ou mesmo consultar o saldo de suas cadernetas -mesmo nos caixas das agências- até as 16h. Após esse horário, segundo o banco, o sistema foi restabelecido gradualmente.

Clientes relataram à Folha que também não conseguiram resgatar outras aplicações durante o dia, como CDB e fundos de investimento. O banco alegou que pode ter havido lentidão em outras operações, mas somente o sistema da caderneta ficou totalmente indisponível.

"O banco lamenta os transtornos, e garante que não haverá prejuízos para os clientes", disse, em nota.

Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), não houve relatos de problemas em nenhuma outra instituição financeira.

ALUGUEL

Uma das clientes afetadas pela pane de ontem foi a secretária Isa Araújo, 22, que, após tentar sacar no caixa eletrônico e "na boca do caixa", teve de tirar dinheiro do cheque especial para pagar o aluguel do mês.

Segundo Isa, a gerente passou o dia dando previsões de que o sistema voltaria, que não se concretizaram.

"Usei o limite do cheque especial para pagar o aluguel, mas o cartão de crédito vai ter de esperar. Quero saber se o banco vai ressarcir os juros."

O assessor parlamentar Guilherme Mortimon, 22, também passou o dia tentando transferir dinheiro da poupança para a conta-corrente.

"Queria transferir porque estava com pouco dinheiro na conta-corrente e poderia precisar. Não cheguei a ficar no negativo, mas não consegui fazer a operação."

O PSDB divulgou nota ontem chamando o problema de "trapalhada do governo".

"Os petistas se preocuparam em tomar uma decisão política, e não se preocuparam em verificar se havia condições técnicas para implantá-la. Quem paga o pato é o povo brasileiro, que usa a poupança como se fosse uma conta-corrente e não pode ficar sem ter acesso à conta", disse o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP).

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