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Acordo com PT frusta acionistas minoritários da Oi
Expectativa era que portugueses comprassem subsidiárias da holding da Oi e estendessem oferta a minoritário; ações caíram 21%
MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO
Os termos do acordo anunciado entre Portugal Telecom
e Oi na quarta-feira surpreenderam e desagradaram aos
acionistas minoritários.
Com isso, as ações, que vinham subindo com a expectativa da união entre as duas,
desabaram após o anúncio.
O papel ordinário da Tele
Norte Leste (chamado de Telemar ON) tombou 20,5% em
três dias, depois de ter subido 18,5% desde junho. Já o
preferencial (Telemar PN)
caiu 15,8% entre quarta e
sexta. Antes, acumulara alta
de 5,6% de junho à terça.
Os papéis da Oi vinham
subindo devido à expectativa
de que a PT comprasse parte
das empresas da Oi listadas
na Bovespa- Tele Norte Leste e Telemar Norte Leste.
Nesse caso, a PT seria obrigada a estender a oferta feita
aos acionistas majoritários
também aos minoritários, direito chamado "tag along".
Mas a operadora portuguesa optou por adquirir
22,38% da controladora das
empresas listadas, a Telemar
Participações, que não tem
ações negociadas na Bolsa.
"Isso frustrou os minoritários. Muitos compraram o papel na expectativa do "tag
along'", disse a chefe de análise da Spinelli Corretora,
Kelly Trentin.
Sem a confirmação do "tag
along", os papéis devolveram os ganhos. No entanto, o
anúncio de uma operação de
capitalização intensificou o
movimento de queda.
O acordo entre Oi e PT prevê a realização de nova oferta
de ações da Tele Norte Leste e
da Telemar Norte Leste para
capitalizar a empresa.
O problema é que o valor
da capitalização é alto demais: R$ 12 bilhões para cada
uma das duas companhias. A
expectativa de uma enxurrada de ações acaba derrubando o preço dos ativos.
Os atuais acionistas terão
prioridade para comprar as
novas ações. Se houver sobra, a PT poderá comprar até
R$ 3,733 bilhões.
"Os minoritários que não
entrarem na capitalização terão sua participação na Oi diluída. Hoje não seria interessante entrar, pois, com a forte queda das ações, os papéis
agora valem menos do que os
preços fixados para a capitalização", observa Trentin.
INTERNACIONALIZAÇÃO
Apesar disso, a analista da
Spinelli vê aspectos positivos. Segundo ela, a capitalização vai reduzir o endividamento da Oi, dando recursos
para ela se internacionalizar.
A analista da Ativa Luciana Leocadio discorda, pois
vê muitas incertezas no plano de expansão. O acordo
prevê que a Oi compre 10%
da PT. "Portugal não é um
mercado promissor", afirma.
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