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Fim de incentivos fiscais freia economia no 2º tri
DO ENVIADO AO RIO
DO RIO
A economia brasileira segue em ritmo acelerado no
segundo trimestre, mas em
nível mais brando, apontam
dados setoriais que antecedem o comportamento da
atividade como um todo.
Um dos termômetros é o licenciamento de veículos
-um indicativo das vendas.
Eles cresceram 26% em março, último mês do primeiro
trimestre. Em abril, a expansão foi de 17%. Em maio, perderam ainda mais ritmo e
avançaram apenas 4% ante o
mesmo mês de 2009.
O setor retrata bem, dizem
economistas, a tendência de
antecipação do consumo,
que marcou o primeiro trimestre e fez o PIB crescer numa velocidade atípica.
Esse cenário foi estimulado principalmente pela redução do IPI para veículos e eletrodomésticos.
O fim do desconto do IPI
em março também levou a
indústria a antecipar a produção até o final daquele
mês. E o comércio, a estocar
mais produtos para continuar vendendo em abril produtos ainda sem o imposto.
Na área de energia, o Operador Nacional do Sistema
Elétrico registrou recuo de
1,2% no consumo em maio,
na comparação com abril.
Para Rafael Bacciotti, da
Tendências Consultoria, haverá um "arrefecimento da
economia" a partir do segundo trimestre por conta do fim
dos incentivos fiscais e do aumento dos juros (reação do
Banco Central à pressão inflacionária).
"Não é possível sustentar
um crescimento tão forte. Por
isso, os juros vão continuar
subindo", acredita Bacciotti.
ARRANCADA
Para Sérgio Vale, economista da MB Associados, o
primeiro trimestre representou "uma arrancada da economia no pós-crise" e, a partir do segundo, o crescimento se acomodou.
Apesar da freada, Vale ainda espera expansão do PIB
de 7,9% ante o segundo trimestre de 2009 e de 1,1% sobre o primeiro trimestre.
Segundo o economista, somente o fim da redução do
IPI contribui para conter o nível de atividade, já que outros fatores seguem como estímulo ao consumo e ao investimento. É o caso da demanda por crédito, que
avançou 11% em maio.
"A gente já esperava uma
acomodação natural do crescimento no segundo trimestre, tanto pelo ritmo forte do
primeiro trimestre como pelo
efeito da antecipação do consumo", diz Thaís Marzola Zara, economista da Rosenberg
e Associados.
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