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Brasil ganha força em mercado de aviação executiva
Ao contrário do mercado global, segmento cresceu no Brasil em 2009 e deve continuar a se expandir neste ano
MARIANA BARBOSA
DE SÃO PAULO
O Brasil se transformou em
um dos principais mercados
para a aviação executiva, depois de passar quase incólume pela crise do setor.
Ícone dos excessos que levaram à crise financeira global, a aviação executiva encolheu em 2009 -a receita
mundial caiu de US$ 23 bilhões para US$ 17 bilhões.
No Brasil, ao contrário, o
setor cresceu 12% em 2009,
em volume de entregas, e caminha para registrar uma alta de 18,9% neste ano. Não
há números oficiais de faturamento do setor no país.
Essa demanda aquecida
fará da Labace, feira internacional de aviação executiva,
que acontece até domingo no
aeroporto de Congonhas, a
segunda maior do mundo em
termos de público. São esperados 15 mil visitantes, que
poderão ver de perto, e entrar, em 56 aeronaves.
A expectativa, segundo
Fernando Lyra, presidente
da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), que
organiza a feira, é que ela
movimente R$ 500 milhões.
E, em linha com a expansão dos negócios das empresas brasileiras, os grandes
destaques da feira são os
aviões de médio e longo alcance, que permitem voar
para EUA, Europa e até mesmo Ásia sem escalas.
A Embraer está apresentando pela primeira vez ao
público o seu Legacy-650, jato com autonomia para ligar
São Paulo-Miami ou Londres-Nova York. O jato está
em fase de certificação e tem
as primeiras entregas previstas para o segundo semestre.
"O Brasil é um grande mercado para a aviação executiva da Embraer", diz o vice-presidente da empresa, Luis
Carlos Affonso. "Já temos 50
jatos Phenom-100 [menor
modelo da fabricante] voando no Brasil. É o segundo
maior mercado para o modelo e também a maior frota de
um só modelo no país."
O executivo não revela
quantos pedidos já recebeu
para o Legacy-650, cujas primeiras entregas estão previstas para o segundo semestre.
"Posso dizer que já no início
do ano que vem teremos o
650 voando no Brasil."
"As demandas das empresas estão mudando e sentimos que há um maior interesse pelos jatos de maior
porte", diz Fabio Rebelo, vice-presidente para a América
Latina da Bombardier.
SP-PARIS SEM ESCALAS
A empresa trouxe quatro
jatos à Labace, incluindo o
Global-5000, que permite levar oito passageiros de São
Paulo para Nova York ou Paris sem escalas. A empresa,
que tem 23% do mercado de
jatos executivos no país, não
revela expectativa de venda.
A Cessna, americana que
detém 50% do mercado no
Brasil, está elevando suas
projeções para o país. "Começamos o ano com a expectativa de repetir as 30 vendas
do ano passado, mas vamos
chegar a 40", diz Fernando
Pinho, presidente da TAM
Aviação Executiva, que representa a Cessna.
A empresa deve entregar
de 60 a 70 aeronaves, elevando a previsão inicial de 50.
O Brasil possui a segunda
maior frota de aeronaves do
mundo, com 12,5 mil unidades. Desse total, 1.191 são
aviões executivos.
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