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Lucro da Caixa cai no trimestre, mas sobe 19% no ano
Crescem gastos com pessoal e administração, mas inadimplência recua; balanço não inclui dados do banco de Silvio
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O aumento de despesas
administrativas e com pessoal contribuiu para reduzir
o lucro da Caixa Econômica
Federal em 15% no terceiro
trimestre em relação ao mesmo período de 2009.
O banco registrou ganho
de R$ 750 milhões entre julho
e setembro. O balanço divulgado ontem ainda não incorpora dados do PanAmericano, comprado há quase um
ano e em cuja carteira o BC
encontrou um rombo de R$
2,5 bilhões. Essa descoberta
levou a Caixa a adiar a inclusão dos dados para o balanço
do quarto trimestre.
Também contribuiu para a
queda no resultado um ganho menor em operações no
mercado financeiro.
No acumulado do ano, o
lucro foi de R$ 2,4 bilhões
-alta de 19%, puxada pelo
aumento nas operações de
crédito e nas receitas com tarifas e cartões.
A carteira de crédito da
instituição cresceu 9,1% no
trimestre e 45,4% em 12 meses, para R$ 162,8 bilhões.
Dois anos após a crise de
setembro de 2008, que levou
o governo a usar os bancos
estatais para aumentar a
oferta de crédito na economia, a carteira da Caixa já
cresceu 135%.
A participação do banco
nos empréstimos concedidos
pelo sistema financeiro chegou a 10,1%, alta de quase
dois pontos percentuais em
um ano.
Desse valor, R$ 26,4 bilhões se referem a operações
para pessoa física, e R$ 27,5
bilhões, para empresas. Há
ainda R$ 97,9 bilhões em habitação e R$ 11 bilhões em saneamento e infraestrutura.
Em relação à liberação de
novos empréstimos, o banco
bateu recorde na área de habitação, com R$ 54 bilhões
em contratações nos nove
primeiros meses do ano, aumento de 10%. Na pessoa física e jurídica, o crescimento
ficou acima de 30%.
Apesar do aumento no crédito, a inadimplência caiu de
2,5% para 2,0% do total em
12 meses. Na carteira comercial (pessoas física e jurídica), recuou de 3,6% para
2,9% na mesma comparação.
Em agosto, o governo federal injetou mais R$ 2,5 bilhões para reforçar o capital
do banco, o que ampliou a
possibilidade de a instituição
continuar ampliando seus
empréstimos sem esbarrar
nos limites fixados pelo BC.
O índice de Basileia (que
mede a relação entre empréstimos e capital) chegou a
17,04%, acima do mínimo de
11% exigido pelo BC e dos
16% verificados há um ano.
No fim do trimestre, a Caixa tinha R$ 400 bilhões em
ativos -alta de 17% em 12
meses.
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