São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Lucro da Caixa cai no trimestre, mas sobe 19% no ano

Crescem gastos com pessoal e administração, mas inadimplência recua; balanço não inclui dados do banco de Silvio

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O aumento de despesas administrativas e com pessoal contribuiu para reduzir o lucro da Caixa Econômica Federal em 15% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2009.
O banco registrou ganho de R$ 750 milhões entre julho e setembro. O balanço divulgado ontem ainda não incorpora dados do PanAmericano, comprado há quase um ano e em cuja carteira o BC encontrou um rombo de R$ 2,5 bilhões. Essa descoberta levou a Caixa a adiar a inclusão dos dados para o balanço do quarto trimestre.
Também contribuiu para a queda no resultado um ganho menor em operações no mercado financeiro.
No acumulado do ano, o lucro foi de R$ 2,4 bilhões -alta de 19%, puxada pelo aumento nas operações de crédito e nas receitas com tarifas e cartões.
A carteira de crédito da instituição cresceu 9,1% no trimestre e 45,4% em 12 meses, para R$ 162,8 bilhões.
Dois anos após a crise de setembro de 2008, que levou o governo a usar os bancos estatais para aumentar a oferta de crédito na economia, a carteira da Caixa já cresceu 135%.
A participação do banco nos empréstimos concedidos pelo sistema financeiro chegou a 10,1%, alta de quase dois pontos percentuais em um ano.
Desse valor, R$ 26,4 bilhões se referem a operações para pessoa física, e R$ 27,5 bilhões, para empresas. Há ainda R$ 97,9 bilhões em habitação e R$ 11 bilhões em saneamento e infraestrutura.
Em relação à liberação de novos empréstimos, o banco bateu recorde na área de habitação, com R$ 54 bilhões em contratações nos nove primeiros meses do ano, aumento de 10%. Na pessoa física e jurídica, o crescimento ficou acima de 30%.
Apesar do aumento no crédito, a inadimplência caiu de 2,5% para 2,0% do total em 12 meses. Na carteira comercial (pessoas física e jurídica), recuou de 3,6% para 2,9% na mesma comparação.
Em agosto, o governo federal injetou mais R$ 2,5 bilhões para reforçar o capital do banco, o que ampliou a possibilidade de a instituição continuar ampliando seus empréstimos sem esbarrar nos limites fixados pelo BC.
O índice de Basileia (que mede a relação entre empréstimos e capital) chegou a 17,04%, acima do mínimo de 11% exigido pelo BC e dos 16% verificados há um ano.
No fim do trimestre, a Caixa tinha R$ 400 bilhões em ativos -alta de 17% em 12 meses.


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