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Apoio a estatal é maior em emergentes
Em países como Rússia, China e Brasil, imagem positiva de estatais é maior que nas economias desenvolvidas
Nos EUA e no Reino Unido, aprovação de estatais é menor, segundo pesquisa global da Ernst & Young
Rosane Marinho - 28.abr.97/Folhapress
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Manifestação contra a privatização da Vale, em 1997 no Rio de Janeiro
DE SÃO PAULO
A aprovação sobre as estatais, assim como a participação das empresas controladas pelo governo no PIB, tende a ser maior nos países em
desenvolvimento.
Segundo estudo da Ernst
& Young, entre os países que
consideram as estatais como
elementos de interesse nacional, estão Arábia Saudita,
Rússia e China. Nações desenvolvidas, como Reino
Unido e Estados Unidos, onde a participação do Estado
em empresas é tradicionalmente pequena, têm os menores índices de aceitação.
Proporcionalmente a essa
relevância está a participação no PIB. Segundo a ONU,
as estatais em países de alta
renda correspondem, em
média, a 8% do PIB. Nas nações onde a renda é intermediária, a participação dessas
empresas é, em média, de
9%. Nas regiões menos desenvolvidas, o padrão é 14%.
Mas os números e a forma
de atuação das estatais variam. Na China, o governo federal controla 17 mil empresas, e os governos estaduais e
municipais, outras 150 mil.
Na Índia, a estatal Indian
Railways é uma das maiores
empregadoras do mundo: 1,6
milhão de pessoas.
No Brasil, existem 118 empresas estatais, com 481.836
empregados, conforme revelou a edição de domingo da
Folha. Segundo Eduardo
Pinto, pesquisador do Ipea e
doutor em economia pela
UFRJ, as estatais representam cerca de 34% do patrimônio líquido dos 350 maiores grupos econômicos do
país -que produzem o equivalente a 40% do PIB.
"Existe uma clara ligação
entre as economias em desenvolvimento e a percepção
de que as estatais são positivas. Isso porque vende-se a
informação errada de que, se
estatais forem privatizadas,
daremos o Brasil para os estrangeiros", afirma Fabio
Kanczuk, professor de macroeconomia da FEA-USP.
Para Kanczuk, não há justificativa para manter o controle estatal mesmo em serviços de interesse público, que
poderiam ser concedidos
gratuitamente na rede privada. O especialista, porém,
defende a presença do Estado em setores estratégicos
para o país, como Defesa.
Para Mário Engler, da
FGV-SP, porém, a participação das estatais pode mudar
no período pós-crise mesmo
nos mercados maduros.
"Até onde a nacionalização é aprovada, há flutuação
ao sabor das circunstâncias,
como durante as crises", diz.
(CF)
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