São Paulo, quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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Lucro do Bradesco chega a R$ 2,5 bi no 3º trimestre

Segundo a Economática, é o maior valor já registrado por um banco brasileiro de capital aberto no período

Crescimento de operações de crédito e queda da inadimplência impulsionaram o resultado do banco

GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO

O forte crescimento das operações de crédito e a queda na inadimplência -alavancados pelo cenário econômico positivo- puxaram o resultado do Bradesco no terceiro trimestre deste ano.
O terceiro maior banco do país divulgou ontem lucro líquido de R$ 2,527 bilhões, o maior da história registrado por um banco de capital aberto brasileiro para o período, de acordo com a Economática. O valor representa expansão de 39,5% sobre o mesmo período de 2009.
Nos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 7,12 bilhões (variação de 23,9% em relação aos R$ 5,74 bilhões no mesmo período de 2009).
O número desconta efeitos extraordinários como venda de participações em empresas e provisões para perdas com planos econômicos.
"Nós tivemos mais um trimestre de bons resultados, impulsionados não só pela melhora dos índices de inadimplência, mas também pelo incremento de nossas operações", afirmou o vice-presidente do banco, Domingos Abreu, em teleconferência com os jornalistas.
O crédito respondeu por 30% do resultado da instituição financeira no trimestre. De acordo com Abreu, os novos tomadores de empréstimos foram responsáveis por um aumento de R$ 26 bilhões na carteira de crédito entre setembro de 2009 e o mesmo mês deste ano.
No final de setembro, a carteira de crédito do Bradesco ficou em R$ 255,61 bilhões, em alta de 18,6% sobre o final de setembro de 2009 -período em que a concessão de crédito ainda se recuperava da escassez de recursos causada pela crise econômica internacional.
A expansão foi impulsionada pela alta nas operações às micro, pequenas e médias empresas, de 27,6%, e dos financiamentos à pessoa física, que tiveram elevação de 23% no período -com destaque para as carteiras de crédito consignado e de cartões.
A meta no ano é de crescimento entre 21% e 25% nas operações de crédito. Para 2011, o guidance deve ficar entre 15% e 20%.

INADIMPLÊNCIA
A melhora no cenário econômico no país, por sua vez, fez com que a inadimplência do Bradesco (em operações com mais de 90 dias de atraso) registrasse queda pelo quarto trimestre consecutivo, para 3,8%.
A previsão do banco é de que a inadimplência termine 2010 em 3,7%. Antes da crise, os atrasos eram de 3,4%.
De acordo com o executivo, a taxa não deve cair a níveis menores que os anteriores à crise econômica por conta de uma mudança estrutural na carteira do banco. "Quando você cresce mais o crédito em pequena e média empresa, acaba incorporando um pouco mais de risco."
Com a queda das parcelas em atraso, o banco reduziu a despesa com provisão para devedores duvidosos em 29,2% no trimestre ante o mesmo período de 2009, para R$ 2,059 bilhões.
Assim, a margem financeira de crédito líquida do banco registrou expansão de 68,3% no intervalo de 12 meses, para R$ 3,774 bilhões.


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