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Lucro do Bradesco chega a R$ 2,5 bi no 3º trimestre
Segundo a Economática, é o maior valor já registrado por um banco brasileiro de capital aberto no período
Crescimento de
operações de crédito e
queda da inadimplência
impulsionaram o
resultado do banco
GIULIANA VALLONE
DE SÃO PAULO
O forte crescimento das
operações de crédito e a queda na inadimplência -alavancados pelo cenário econômico positivo- puxaram o
resultado do Bradesco no terceiro trimestre deste ano.
O terceiro maior banco do
país divulgou ontem lucro líquido de R$ 2,527 bilhões, o
maior da história registrado
por um banco de capital
aberto brasileiro para o período, de acordo com a Economática. O valor representa
expansão de 39,5% sobre o
mesmo período de 2009.
Nos nove primeiros meses
do ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 7,12 bilhões
(variação de 23,9% em relação aos R$ 5,74 bilhões no
mesmo período de 2009).
O número desconta efeitos
extraordinários como venda
de participações em empresas e provisões para perdas
com planos econômicos.
"Nós tivemos mais um trimestre de bons resultados,
impulsionados não só pela
melhora dos índices de inadimplência, mas também pelo incremento de nossas operações", afirmou o vice-presidente do banco, Domingos
Abreu, em teleconferência
com os jornalistas.
O crédito respondeu por
30% do resultado da instituição financeira no trimestre.
De acordo com Abreu, os novos tomadores de empréstimos foram responsáveis por
um aumento de R$ 26 bilhões
na carteira de crédito entre
setembro de 2009 e o mesmo
mês deste ano.
No final de setembro, a
carteira de crédito do Bradesco ficou em R$ 255,61 bilhões, em alta de 18,6% sobre
o final de setembro de 2009
-período em que a concessão de crédito ainda se recuperava da escassez de recursos causada pela crise econômica internacional.
A expansão foi impulsionada pela alta nas operações
às micro, pequenas e médias
empresas, de 27,6%, e dos financiamentos à pessoa física, que tiveram elevação de
23% no período -com destaque para as carteiras de crédito consignado e de cartões.
A meta no ano é de crescimento entre 21% e 25% nas
operações de crédito. Para
2011, o guidance deve ficar
entre 15% e 20%.
INADIMPLÊNCIA
A melhora no cenário econômico no país, por sua vez,
fez com que a inadimplência
do Bradesco (em operações
com mais de 90 dias de atraso) registrasse queda pelo
quarto trimestre consecutivo, para 3,8%.
A previsão do banco é de
que a inadimplência termine
2010 em 3,7%. Antes da crise,
os atrasos eram de 3,4%.
De acordo com o executivo, a taxa não deve cair a níveis menores que os anteriores à crise econômica por
conta de uma mudança estrutural na carteira do banco.
"Quando você cresce mais o
crédito em pequena e média
empresa, acaba incorporando um pouco mais de risco."
Com a queda das parcelas
em atraso, o banco reduziu a
despesa com provisão para
devedores duvidosos em
29,2% no trimestre ante o
mesmo período de 2009, para R$ 2,059 bilhões.
Assim, a margem financeira de crédito líquida do banco registrou expansão de
68,3% no intervalo de 12 meses, para R$ 3,774 bilhões.
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