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Fundos captam boom imobiliário no país
Investidores podem lucrar com o aquecimento comprando um segundo imóvel ou apostando em papéis do setor
Imóveis comerciais são os preferidos dos fundos, nos quais é possível investir a partir de R$ 1.000
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
O boom imobiliário brasileiro é uma realidade. Mas
qual caminho seguir para pegar uma carona no aquecimento do setor: comprar um
(segundo) imóvel ou investir
em papéis que acompanham
o mercado imobiliário?
A resposta depende dos incentivos fiscais e da combinação de inúmeras variáveis: estômago para
risco, montante disponível
para investir, prazo até o resgate e, finalmente, aptidão
(mais vontade, tempo e conhecimento) para prospectar
oportunidades imobiliárias.
Quem tiver pouco dinheiro
já pode desistir da ideia de
comprar um segundo imóvel
se ele for a maior parte do
montante disponível para investir, afirma Luiz Calado,
autor de "Imóveis: Seu Guia
para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio".
Além de concentrar o risco
em uma só aposta, o processo de imobilização -e depois
desimobilização- é caríssimo no Brasil; custa 6% de
corretagem e até 3% de ITBI,
além do custo de cartórios.
Por outro lado, o fundo segue a valorização dos imóveis e permite aporte a partir
de R$ 1.000 em empreendimentos de alto valor, mais escassos e seguros.
Segundo Sergio Belleza,
consultor de investimentos
imobiliários, os fundos rendem líquido (sem impostos)
entre 0,7% e 1,1% ao mês,
sem contar a valorização da
cota.
No caso dos imóveis físicos, a renda mensal com aluguel fica entre 0,6% e 0,7%
do valor do imóvel e ainda
paga IR de até 27,5% ao mês.
COMERCIAL
A maioria dos investidores
pessoa física só conhece o
mercado residencial de imóveis, mas o setor comercial
(escritórios, shoppings, hospitais) foi o que primeiro reagiu no Brasil. O segmento é o
preferido dos fundos.
O aluguel de escritórios de
alto padrão subiu 34,5% nos
últimos três anos em São
Paulo e 63,16% no Rio, segundo a consultoria Jones
Lang LaSalle.
Pelo expertise, o fundo cobra taxa de administração
média anual de 0,5%. Também não permite ao investidor que participe da prospecção de negócios e da gestão.
No setor residencial, o preço do metro quadrado vendido nos lançamentos saltou
32,33% em São Paulo nos últimos três anos, de acordo
com a consultoria Embraesp.
"Uma das maneiras de ganhar dinheiro com imóvel é
comprar algo degradado, depois fazer uma boa reforma e
vender. Isso você não tem em
um fundo", diz Calado.
Para quem vai comprar o
primeiro imóvel, há a ressalva de que ele reduz a despesa
com aluguel e se transforma
em hedge (proteção) dos gastos com habitação.
"Ninguém vai morar em
um fundo de investimento.
Mas o mercado vive uma
grande euforia imobiliária. A
chance de as pessoas comprarem algo equivocado é alta. São sempre transações
grandes. As pessoas não têm
experiência com imóvel."
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