São Paulo, sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

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Jeito de morar

Vida fácil à beira-mar

Para os fins de semana na casa de praia, todas as comodidades da vida urbana, mas nada dos problemas da cidade grande: a solução veio com decoração descomplicada e materiais de fácil manutenção

por JONI ANDERSON

Por fora, as charmosas casas que compõem este condomínio podem até parecer iguais: construções de dois andares, de frente para o mar de Juquehy, uma das praias mais aprazíveis do litoral norte de São Paulo. Mas basta entrar em uma delas para desfazer a impressão de mesmice. Embora a arquitetura externa seja a mesma, com linhas retas, pé-direito alto, telhado colonial e caramanchão privado, cada uma ganhou uma interpretação bem particular, que revela o que os seus ocupantes esperam de uma casa à beira-mar.

No caso desta família, o refúgio deveria trazer todas as comodidades da vida urbana de modo mais descompromissado, com decoração fluida e fácil manutenção. A obra, que durou oito meses, ficou a cargo da arquiteta Sandra Picciotto, ela própria adepta de longa data do estilo "sol, sal e areia". Além de reforçar os espaços amplos, ela optou pela iluminação natural aliada a materiais orgânicos e uma overdose de branco. "O uso desta cor não é gratuito, ele potencializa a iluminação e a casa ganha um ar mais etéreo", afirma.

Em alguns pontos, esse conceito cria espécies de "zonas fantasmas", com móveis que parecem não estar ali -caso das cadeiras Charles Eames, em acrílico transparente, da sala de jantar. A brancura dos ambientes contrasta com materiais orgânicos quentes, como a madeira, o couro e a cerâmica. Nada, no entanto, chama mais a atenção do que o oceano que, a poucos metros, parece invadir a casa.

"Tudo foi pensado para valorizar o movimento do mar, trazer sua energia para interagir com os ambientes internos", diz a arquiteta. E, claro, para ser aproveitado sem dores de cabeça nem preocupações com maresia, areia e roupas molhadas. Afinal, como diz a arquiteta, não dá para desrespeitar o ambiente em que a casa está inserida.

Escadas
Dois lances separam os pavimentos; chamam a atenção as esculturas da galeria Valu Oria

Suite de casal
Com pé-direito de 4 m, ganhou ares menos formais com o teto de lambris aparentes e luz indireta com luminárias de telas de algodão da Empório Beraldin. A cama de linhas retas foi exigência do casal

Sala de TV
Peças claras coordenadas a tons mais quentes: tapete killin da By Kami, mesas laterais em madeira e almofadas em couro tressê, da Emporium Beraldin

Caramanchão
Embora não tenha contado com a intervenção da arquiteta, está perfeitamente adequado às propostas da profissional, que valorizou ao máximo o mix de materiais naturais

Quarto
Destaque para os móveis em bambu trabalhado de maneiras diferentes: filetado no aparador e ao natural na poltrona

Living
Amplo e integrado à varanda e à sala de jantar, tem poltronas de couro-sola e cordas, da Interni, em versão rústico-chique, que contrastam com o sofá total white. O tapete de algodão é da Clatt, e as mesas laterais levam a assinatura de Hugo França

Sala de jantar
Decorada com móveis que devem "sumir" na paisagem: mesa branca para dez lugares e cadeiras Charles Eames em acrílico transparente. Chumbado na parede, o gaveteiro de apoio mede 4 m e foi executado pela marcenaria Russo, de São Paulo. Cerâmicas coloridas da L'Oeil e vaso em madeira natural, da Arango

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