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Análise

A grande dúvida persiste: como acabar com esse círculo vicioso na economia?

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE SÃO PAULO

Empresas só pensam em cortar custos. Não investem e demitem. Governos só pensam em cortar custos. Congelam salários e benefícios e demitem. Resultado: as vendas e a atividade das indústrias caem. E poucos têm coragem de abrir novos negócios.

Esse é o cenário pintado por uma série de índices que foram divulgados ontem sobre a economia europeia.

A avaliação é que a zona do euro (conjunto de 17 países que adotam a moeda) já esteja tecnicamente em recessão, fato que deve ser confirmado em maio com a divulgação do PIB da região no primeiro trimestre do ano.

O conjunto das economias da zona do euro caiu 0,3% no último trimestre de 2011, o que deve se repetir agora.

Chris Williamson, economista-chefe da Markit, consultoria responsável pelo PMI, foi claro: há um desapontamento geral, e os políticos terão de buscar caminhos para retomar o crescimento.

O PMI é um índice mensal que funciona como termômetro do mercado. Aponta a atividade das indústrias e do setor de serviços quanto a vendas, abertura de negócios e contratações e demissões.

O retrato que faz do comportamento da economia sempre coincide com o desempenho do PIB, que é divulgado tempos depois.

O que o PMI mostrou ontem é que mesmo a Alemanha, que tem sido o motor da Europa, está sofrendo com a crise. O mesmo acontece na França. A atividade nas indústrias do país caiu pela primeira vez em quatro meses.

Os dados assustaram o mercado financeiro, e houve queda nas Bolsas.

Havia previsões de que o € 1 trilhão injetado na economia pelo Banco Central Europeu por meio de empréstimos aos bancos desse um empurrão na economia, o que ainda não aconteceu.

Além dos problemas internos, a Europa sofre com o que se passa no resto do mundo. A atividade da indústria chinesa também está caindo, o que indica que o país comprará menos dos europeus.

Já o preço do barril de petróleo continua a subir, o que encarece a produção e reduz o poder de compra dos consumidores, que gastam mais com combustível.

A grande dúvida persiste: como acabar com esse círculo vicioso?

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