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Análise

Presidente toma defesa da classe média tendo Clinton como sócio

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O presidente Barack Obama obteve a indicação de seu partido como candidato à Presidência dos EUA por unanimidade na convenção nacional encerrada ontem e sem ter enfrentado nenhum oponente nas primárias.

Mitt Romney teve ao menos três concorrentes fortes nas prévias, das quais saiu com 52% dos votos; um deles, Ron Paul, manteve seu desafio até a convenção.

Essa é uma das diferenças das condições políticas de cada um neste pleito.

Obama teve seu nome formalmente apontado no evento por um antecessor na Casa Branca, Bill Clinton, situação inédita na história dos EUA.

Os principais oradores no encontro dos republicanos claramente trabalhavam mais por seu próprio futuro do que o de Romney.

A sensacional performance de Clinton, com sua aprovação pública de 69%, única entre políticos americanos vivos, tornou-o uma espécie de "sócio" de Obama nesta campanha. Comparações entre os dois, que nunca se deram bem, são inevitáveis mas irrelevantes para esta eleição.

Mesmo que Clinton possa estar engajado em tornar sua mulher, Hillary, a candidata democrata em 2016, este ano ele se empenha só por Obama.

O discurso de ontem de Obama, após o êxito retórico de Clinton na véspera, permite um cotejo entre eles. Como de hábito, Obama foi cerebral, acadêmico, lógico; Clinton, mais apaixonado, engajado com o público, solto.

Mas o objetivo de ambos foi o mesmo: mostrar-se como os defensores das classes médias e, aos adversários, como os protetores dos ricos.

Educação, seguro-saúde, criação de empregos, energia limpa e renovável, segurança nacional foram todos temas abordados por Obama de uma perspectiva do interesse das classes médias.

Se elas vão acreditar que ele é de fato quem vai garanti-lo depende sua reeleição.

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA é editor da revista "Política Externa"

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