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Ato popular contra crise acaba em pancadaria no Irã

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

Doleiros e comerciantes do mercado central de Teerã protestaram contra o que consideram incapacidade por parte do presidente Mahmoud Ahmadinejad para controlar a queda brutal da moeda iraniana, que trava a economia.

As manifestações, que ocasionaram pancadaria e vandalismo, são tidas como sinais iniciais de perturbação social causada pela crise cambial. O rial perdeu 40% de seu valor em relação ao dólar em uma semana -é o nível mais baixo na história.

O tumulto, que resultou em algumas prisões, começou após a polícia lançar ação contra o comércio de dólares na rua Manoucheri, ponto de compra de divisas estrangeiras. A maior parte das casas de câmbio estava fechada, mas agentes clandestinos atendiam iranianos ansiosos por trocar riais por dólares, contrariando apelo do presidente para não desvalorizar ainda mais a moeda.

Os doleiros uniram-se num protesto que acabou reprimido com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.

Os manifestantes queimaram lixeiras, danificaram agências bancárias e gritaram insultos a Ahmadinejad como "morte ao ditador".

Outro protesto foi organizado pelos comerciantes do mercado central de Teerã, um dos pontos mais importantes da economia iraniana.

Os lojistas fecharam as portas alegando não saber a que preço vender os produtos por causa da volatilidade.

A polícia foi incapaz de cumprir a ordem de deixar as lojas abertas como forma de manter a economia real funcionando. Os comerciantes são uma classe rica e influente, tida como leal ao regime.

O rial despencou neste ano com a adoção de novas sanções americanas e europeias contra o programa nuclear do país. As medidas impõem embargo ao petróleo e aos bancos iranianos.

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