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SAIBA MAIS
Conflito começou após a crise do pacto federativo
DA REPORTAGEM LOCAL
A guerra que eclodiu entre os
grupos religiosos e étnicos da
ex-Iugoslávia desconcertou os
padrões -geralmente ideológicos- dos conflitos na segunda metade do século 20.
Tudo começou em 1990, com
o congresso extraordinário do
Partido Comunista, dirigido
por Slobodan Milosevic.
Defensor da supremacia dos
majoritários sérvios, ele propôs
o fim do modelo federativo e a
adoção do sistema "um homem, um voto". Eslovenos e
croatas discordaram, primeiro
passo para a cisão que consumariam dois anos depois. A
Macedônia seguiria o exemplo.
Restava o miolo do caldeirão
de conflitos étnicos, na Bósnia-Herzegóvina e em Kosovo.
Nessas duas primeiras regiões,
em que os sérvios eram minoritários, um plebiscito optou
em 1992 pela independência.
A Sérvia intercedeu e passou
a apoiar milícias que se entregaram à eliminação física de
muçulmanos. Foi a "limpeza
étnica", que produziu genocidas como Radovan Karadzic e
o próprio Milosevic.
Mas os sérvios não foram
apenas os vilões da história: estima-se que tenham sido mortos 16.700 civis da etnia.
Os Acordos de Dayton (1995)
institucionalizaram a presença
militar estrangeira na região e
uma divisão territorial que reconhecia territórios esvaziados
de suas antigas populações.
Mas o caldeirão voltou a explodir quando os kosovares da
etnia albanesa intensificaram
ataques contra os sérvios. A
máquina genocida voltou, até
que os EUA assumissem operações de bombardeio.
A guerra terminou com a
queda de Milosevic, em março
de 2001. As estimativas variam
e chegam a até 278 mil mortos.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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