São Paulo, domingo, 01 de janeiro de 2006

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Conflito começou após a crise do pacto federativo

DA REPORTAGEM LOCAL

A guerra que eclodiu entre os grupos religiosos e étnicos da ex-Iugoslávia desconcertou os padrões -geralmente ideológicos- dos conflitos na segunda metade do século 20.
Tudo começou em 1990, com o congresso extraordinário do Partido Comunista, dirigido por Slobodan Milosevic.
Defensor da supremacia dos majoritários sérvios, ele propôs o fim do modelo federativo e a adoção do sistema "um homem, um voto". Eslovenos e croatas discordaram, primeiro passo para a cisão que consumariam dois anos depois. A Macedônia seguiria o exemplo.
Restava o miolo do caldeirão de conflitos étnicos, na Bósnia-Herzegóvina e em Kosovo. Nessas duas primeiras regiões, em que os sérvios eram minoritários, um plebiscito optou em 1992 pela independência.
A Sérvia intercedeu e passou a apoiar milícias que se entregaram à eliminação física de muçulmanos. Foi a "limpeza étnica", que produziu genocidas como Radovan Karadzic e o próprio Milosevic.
Mas os sérvios não foram apenas os vilões da história: estima-se que tenham sido mortos 16.700 civis da etnia.
Os Acordos de Dayton (1995) institucionalizaram a presença militar estrangeira na região e uma divisão territorial que reconhecia territórios esvaziados de suas antigas populações.
Mas o caldeirão voltou a explodir quando os kosovares da etnia albanesa intensificaram ataques contra os sérvios. A máquina genocida voltou, até que os EUA assumissem operações de bombardeio.
A guerra terminou com a queda de Milosevic, em março de 2001. As estimativas variam e chegam a até 278 mil mortos.
(JOÃO BATISTA NATALI)


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