MARIE WOOLF
DO "THE INDEPENDENT"

Líderes da comunidade judaica no Reino Unido condenaram ontem o ataque a uma sinagoga em Finsbury Park (região norte de Londres), no sábado. Para eles, é uma prova de que a onda anti-semita na Europa continental atingiu o país. Invasores forçaram a entrada na sinagoga na noite de sábado, quebrando ao menos 20 janelas e vandalizando o edifício.
Uma lata de tinta verde foi jogada na arca onde a Torá (livro sagrado) é guardada. A bandeira de Israel, pisoteada e coberta de tinta, estava jogada no chão anteontem sob uma pilha de lenços e livros rasgados.
O armário pessoal do rabino foi arrombado, e seus livros, roubados. Os vândalos também defecaram na entrada da sinagoga.
Neste ano, sinagogas foram incendiadas em Marselha, Estrasburgo e outras cidades francesas. Na Bélgica, na Alemanha e na Rússia, judeus sofreram ataques nas ruas. Cemitérios foram vandalizados em vários países. Mas episódios como esses não tinham ocorrido ainda no Reino Unido.
Jeremy Newmark, porta-voz do rabino-chefe do país, Jonathan Sacks, disse: "Esse é o primeiro incidente no país que se assemelha ao que ocorre no continente".
Alguns membros da comunidade judaica culpam extremistas muçulmanos pelo ataque. Mas há pistas apontando para extremistas de direita. Ao lado do altar, foi pendurada a bandeira do Reino Unido, símbolo nacionalista.
O sucesso de Jean-Marie Le Pen no primeiro turno das eleições presidenciais na França deu ímpeto a movimentos de extrema direita em toda a Europa, e há previsões de que o Partido Nacional Britânico ganhe cadeiras nas câmaras de cidades do Reino Unido nas eleições locais desta semana. A polícia está tratando o episódio como "crime racial".



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