São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Morre o cientista suíço que descobriu o LSD, droga cult do movimento hippie

Patrick Straub - 13.jan.06/Associated Press
Hofmann acreditava no potencial terapêutico do LSD

DA REPORTAGEM LOCAL

O povoado de Burg im Leimental, no noroeste da Suíça, anunciou ontem a morte de seu mais ilustre morador: o químico Albert Hofmann, mundialmente conhecido por ter descoberto a droga LSD. Ele tinha 102 anos.
O LSD, que causa distorção dos sentidos e confusão mental, foi a droga característica do movimento hippie nos anos 60. Embora não provoque dependência, pode despertar surtos psicóticos.
Hofmann descobriu a droga acidentalmente em 1943, quando trabalhava para o grupo farmacêutico Sandoz, hoje parte da Novartis. Ao tentar transformar os alcalóides de um fungo que atacava o centeio em estimulante respiratório -a dietilamida de ácido lisérgico (LSD, na sigla em inglês)-, ele deixou cair uma gota em sua mão. A substância penetrou na pele e Hofmann passou a ter sensações estranhas. "Os meus pensamentos explodiam em cores e desenhos", relatou, convencido de que havia descoberto poderoso remédio psicoterapêutico.
A Sandoz comercializou o LSD de 1947 até meados dos anos 60, quando foi proibido. Mesmo banida pelas autoridades, a droga continuou sendo um ícone da contracultura, principalmente em função da propaganda feita pelo intelectual americano Timothy Leary. O uso festivo e desenfreado do LSD irritava Hofmann. "Produzi um remédio, não tenho culpa se fizeram um uso abusivo dele", dizia.
O LSD é consumido sob a forma de micropedaços de papel estampado postos sob a língua. Em homenagem a Hofmann, versões mais fortes da droga levam o desenho de uma bicicleta, que era o hobby preferido do cientista.


Com agências internacionais


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