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SUCESSÃO NOS EUA / NA BERLINDA
Pesquisa mostra desgaste de Obama
Cai de 69% para 51% a taxa de democratas que crêem que ele será o candidato do partido em 2008
Levantamento do "New York Times" e da CBS mostra que eleitores já não confiam tanto em força de Obama contra republicano McCain
DA REDAÇÃO
O percentual de eleitores democratas que vêem o pré-candidato à Casa Branca Barack
Obama como a escolha inevitável do partido para disputar as
eleições em novembro diminuiu, indica pesquisa do "New
York Times" e da rede CBS
News divulgada ontem à noite.
A queda aparece logo após a
derrota para Hillary Clinton na
prévia da Pensilvânia, no último dia 22, e o ressurgimento da
polêmica com o ex-pastor Jeremiah Wright.
De acordo com o levantamento, 51% dos eleitores democratas dizem crer hoje que
Obama será o candidato da legenda -há um mês, o percentual era de 69%. Outros 48%
identificam o senador por Illinois como o candidato com as
maiores chances de vencer o
republicano John McCain em
novembro, uma queda de oito
pontos em relação a março.
Em contraposição, nos últimos dois meses cresceu o número dos eleitores que vêem
Hillary Clinton como a que tem
mais chances de vencer
McCain na eleição presidencial: de 32% há dois meses, a taxa chega a 37% hoje.
Se Obama ainda se mantém
na frente de Hillary como o
considerado mais apto a derrotar o republicano, a vantagem
vem diminuindo. Sua margem
sobre a rival era de 31 pontos no
final de fevereiro, passou para
24 pontos no final de março e
caiu para apenas 11 atualmente.
Também mudou o número
de eleitores democratas que ficariam satisfeitos se a senadora
Hillary Clinton fosse a candidata do partido; ele subiu de 69%
há dois meses para 78% hoje.
Obama, no mesmo quesito,
caiu três pontos e está em 76%.
Caso Wright
A pesquisa foi feita de 25 a 29
de abril e captura de forma
muito limitada as reações do
eleitorado ao discurso de Obama na última terça-feira, no
qual ele renegou seu ex-pastor.
A rejeição foi feita sob pressão e tentou tirar as atenções
sobre o tema. Nos últimos dias,
Wright fez discursos nos quais
repetiu que os EUA "atraíram
para si" os atentados de 11 de
setembro de 2001 e que o país
tem profunda divisão racial. O
elo entre os dois tem sido explorado por adversários para
dizer que Obama é condescendente com radicais.
A pesquisa mostra ainda que
Obama é percebido como mais
honesto do que Hillary. Entre
os democratas ouvidos, 57%
disseram crer que Obama é
mais honesto do que a maioria
das pessoas públicas, contra 8%
que disseram que ele é menos
honesto e 28% que acreditam
que sua honestidade é igual à da
maioria. Já Hillary é vista como
mais honesta por 39%, menos
honesta por 17% e com honestidade igual à da maioria das pessoas públicas por 40%.
A ex-primeira-dama, porém,
é considerada mais patriótica
do que Obama pelos democratas. Cerca de 55% disseram que
ela é "muito patriótica", contra
39% que disseram que o senador é "muito patriótico".
O levantamento ouviu 1.065
adultos e tem margem de erro
geral de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Superdelegados
Mesmo assim, nas últimas 24
horas Obama conquistou ao
menos cinco novos superdelegados -altos membros do partido que votam como querem,
sem depender de prévias, na
convenção que escolherá o candidato, em agosto.
Apesar de estar à frente de
Hillary no voto popular, no número de delegados escolhidos
em prévias e no número de prévias ganhas até agora, a matemática indica que dificilmente
Obama poderá prescindir dos
superdelegados para conquistar a candidatura.
Segundo o líder do partido,
Howard Dean, os superdelegados deverão definir suas preferências por critérios de elegibilidade, não pelo voto popular.
E, até agora, Hillary o vence
em apoio de superdelegados
-ela tem 261, contra 239 de
Obama, estima a rede CNN.
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