São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / NA BERLINDA

Pesquisa mostra desgaste de Obama

Cai de 69% para 51% a taxa de democratas que crêem que ele será o candidato do partido em 2008

Levantamento do "New York Times" e da CBS mostra que eleitores já não confiam tanto em força de Obama contra republicano McCain

DA REDAÇÃO

O percentual de eleitores democratas que vêem o pré-candidato à Casa Branca Barack Obama como a escolha inevitável do partido para disputar as eleições em novembro diminuiu, indica pesquisa do "New York Times" e da rede CBS News divulgada ontem à noite. A queda aparece logo após a derrota para Hillary Clinton na prévia da Pensilvânia, no último dia 22, e o ressurgimento da polêmica com o ex-pastor Jeremiah Wright.
De acordo com o levantamento, 51% dos eleitores democratas dizem crer hoje que Obama será o candidato da legenda -há um mês, o percentual era de 69%. Outros 48% identificam o senador por Illinois como o candidato com as maiores chances de vencer o republicano John McCain em novembro, uma queda de oito pontos em relação a março.
Em contraposição, nos últimos dois meses cresceu o número dos eleitores que vêem Hillary Clinton como a que tem mais chances de vencer McCain na eleição presidencial: de 32% há dois meses, a taxa chega a 37% hoje.
Se Obama ainda se mantém na frente de Hillary como o considerado mais apto a derrotar o republicano, a vantagem vem diminuindo. Sua margem sobre a rival era de 31 pontos no final de fevereiro, passou para 24 pontos no final de março e caiu para apenas 11 atualmente.
Também mudou o número de eleitores democratas que ficariam satisfeitos se a senadora Hillary Clinton fosse a candidata do partido; ele subiu de 69% há dois meses para 78% hoje. Obama, no mesmo quesito, caiu três pontos e está em 76%.

Caso Wright
A pesquisa foi feita de 25 a 29 de abril e captura de forma muito limitada as reações do eleitorado ao discurso de Obama na última terça-feira, no qual ele renegou seu ex-pastor.
A rejeição foi feita sob pressão e tentou tirar as atenções sobre o tema. Nos últimos dias, Wright fez discursos nos quais repetiu que os EUA "atraíram para si" os atentados de 11 de setembro de 2001 e que o país tem profunda divisão racial. O elo entre os dois tem sido explorado por adversários para dizer que Obama é condescendente com radicais.
A pesquisa mostra ainda que Obama é percebido como mais honesto do que Hillary. Entre os democratas ouvidos, 57% disseram crer que Obama é mais honesto do que a maioria das pessoas públicas, contra 8% que disseram que ele é menos honesto e 28% que acreditam que sua honestidade é igual à da maioria. Já Hillary é vista como mais honesta por 39%, menos honesta por 17% e com honestidade igual à da maioria das pessoas públicas por 40%.
A ex-primeira-dama, porém, é considerada mais patriótica do que Obama pelos democratas. Cerca de 55% disseram que ela é "muito patriótica", contra 39% que disseram que o senador é "muito patriótico".
O levantamento ouviu 1.065 adultos e tem margem de erro geral de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Superdelegados
Mesmo assim, nas últimas 24 horas Obama conquistou ao menos cinco novos superdelegados -altos membros do partido que votam como querem, sem depender de prévias, na convenção que escolherá o candidato, em agosto.
Apesar de estar à frente de Hillary no voto popular, no número de delegados escolhidos em prévias e no número de prévias ganhas até agora, a matemática indica que dificilmente Obama poderá prescindir dos superdelegados para conquistar a candidatura.
Segundo o líder do partido, Howard Dean, os superdelegados deverão definir suas preferências por critérios de elegibilidade, não pelo voto popular.
E, até agora, Hillary o vence em apoio de superdelegados -ela tem 261, contra 239 de Obama, estima a rede CNN.


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