|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁSIA
EUA e vários outros países pedem que seus cidadãos saiam da região, por temor de uma guerra entre Índia e Paquistão
Ocidentais são aconselhados a deixar a Índia
DA REDAÇÃO
Países ocidentais, temendo
uma guerra entre a Índia e o Paquistão, pediram ontem a seus cidadãos que deixassem a Índia.
Americanos foram aconselhados a deixar o país pelo Departamento de Estado dos EUA -país
que lidera esforços diplomáticos
internacionais para acalmar as
tensões entre os vizinhos, ambos
os quais possuem arsenal nuclear.
"As tensões chegaram a níveis
sérios, e o risco de hostilidades
militares intensas entre a Índia e o
Paquistão não pode ser descartado", declarou o departamento.
O chanceler do Reino Unido,
Jack Straw, disse que os britânicos
deveriam considerar a possibilidade de deixar a Índia e desaconselhou viagens ao país.
Straw, que visitou a região nesta
semana, afirmou crer que a situação seja perigosa, mas disse que
uma guerra não é inevitável.
Há cerca de 60 mil americanos e
20 mil britânicos na Índia.
Alemanha e Canadá aconselharam seus cidadãos a deixar a Índia
se não tivessem assuntos urgentes
a tratar no país. O Canadá também iniciou preparativos para retirar membros não essenciais de
sua equipe diplomática, assim como EUA e Austrália.
EUA e Reino Unido já reduziram sua equipe diplomática no
Paquistão e pediram a seus cidadãos que deixassem o país por
causa de uma onda de ataques e
ameaças contra ocidentais por extremistas islâmicos.
Não havia, contudo, nenhum
sentimento de pânico perceptível
na Índia ou no Paquistão ontem.
Companhias aéreas internacionais afirmaram que a demanda
por passagens para fora da Índia
não sofreu nenhum aumento.
Em visita a Cingapura, o ministro da Defesa da Índia, George
Fernandes, disse que a situação na
fronteira com o Paquistão era estável. "Os soldados de ambos os
lados estão em uma situação de
ombro a ombro há seis meses, então acho que não é preciso se
preocupar exatamente agora com
o que vai acontecer", afirmou.
Em Nova Déli, o vice-ministro
das Relações Internacionais japonês, Seiken Sugiura, pediu a paz,
apresentando-se como representante do "único país a ter sofrido a
explosão da bomba atômica".
Após se reunir com líderes indianos, incluindo o chanceler Jaswant Singh, ele disse que via uma
"forte possibilidade" de guerra se
Islamabad não cumprisse a exigência de Nova Déli de impedir
que separatistas entrem na parte
da Caxemira indiana.
Sugiura dissera em Islamabad
anteontem que o Paquistão lhe
havia assegurado que intensificaria esforços nessa direção.
A Índia acusa o Paquistão de incitar e armar separatistas na parte
da Caxemira controlada pela Índia. O Paquistão nega e diz que dá
apenas apoio moral à sua "luta legítima pela autodeterminação".
A Índia e o Paquistão mobilizaram cerca de 1 milhão de militares
à sua fronteira desde dezembro,
quando um ataque ao Parlamento indiano, pelo qual Nova Déli
culpou separatistas baseados no
Paquistão, levou os adversários à
beira de uma quarta guerra.
A tensão aumentou após um
ataque a um acampamento militar indiano na Caxemira no dia 14,
que matou 30 pessoas e pelo qual
a Índia também culpou separatistas baseados no Paquistão.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, vai enviar seu secretário
da Defesa, Donald Rumsfeld, e o
subsecretário de Estado Richard
Armitage à Ásia na próxima semana em uma missão de paz.
Bush disse anteontem que Musharraf deveria cumprir sua promessa de reprimir incursões.
O apelo foi repetido ontem por
chanceleres do G-8 (sete países
mais industrializados do mundo
mais a Rússia) reunidos em Ottawa, que pediram ao Paquistão
que impedisse as atividades de
"grupos terroristas" operando a
partir de territórios que controla.
"[Estamos" seriamente preocupados com os riscos inerentes à crise
atual entre Índia e Paquistão".
A Índia controla cerca de 45%
da Caxemira; o Paquistão, cerca
de 33%; e a China, o restante.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Oriente Médio: Israel prende 100 palestinos em ações na Cisjordânia Próximo Texto: Guerra nuclear mataria até 12 milhões Índice
|