São Paulo, quinta-feira, 01 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Chanceler do Chile quer plano para alavancar integração da AL

Para Foxley, não há necessidade de corrida armamentista com a Venezuela

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num cenário em que a "integração na América Latina parece estar em crise", Chile e Brasil pretendem unir forças para convencer vizinhos a lançar um marco jurídico comum, que dê segurança a investidores para alavancar um plano de integração física na região -leia-se obras e mais obras de infra- estrutura.
A estratégia, que foi delineada pelo chanceler chileno, Alejandro Foxley, anteontem em entrevista exclusiva à Folha, será perseguida no mês de agosto, durante uma reunião da Comunidade Sul-Americana de Nações.
Também serve como uma sutil resposta aos discursos do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e à nacionalização dos hidrocarbonetos decretada pelo líder boliviano Evo Morales, em maio.
"Neste momento, em que a integração na América Latina parece estar em crise, uma aliança renovada entre Brasil e Chile sinaliza à América Latina e ao resto do mundo que há sistemas democráticos viáveis, possíveis e eficazes [na região]", afirmou o chanceler do Chile.

Segundo ponto
A vulnerabilidade energética, evidenciada pelo turbilhão político causado pela decisão de Morales, seria o segundo ponto da agenda comum de Brasília e Santiago. E o terceiro a ser concretizado, a livre movimentação de pessoas entre países na América do Sul.
"Hoje não estamos competindo entre empresas ou países, mas entre regiões. O leste da Ásia e o leste da Europa, China e Índia. A América do Sul não encontra seu lugar no mundo para competir e gerar bem-estar para seus povos. Por isso um projeto de integração com regras comuns respeitadas por todos é fundamental", apontou Foxley.

Calendário
O chanceler chileno deixou claro que a assinatura de tratados de livre comércio entre países da região precisa se submeter ao calendário de integração física antes de ser concretizada. Foi este o caminho da Europa, exemplificou o chanceler.
O ministro chileno também disse não ver motivos para uma corrida armamentista com a Venezuela, pois as compras de armamento e aeronaves pelo Chile visam exclusivamente a modernização de seus equipamentos, à beira das três décadas de uso.
"Não temos por que ter nenhuma corrida armamentista com Chávez. Temos relações amigáveis. Atrevo-me a dizer que Chile não tem nenhum conflito hoje em dia com nenhum país da região."


Texto Anterior: Opinião: Alan García, redenção e o aprismo
Próximo Texto: Estudantes ameaçam com greve geral
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.