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Chanceler do Chile quer plano para alavancar integração da AL
Para Foxley, não há necessidade de corrida armamentista com a Venezuela
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Num cenário em que a "integração na América Latina parece estar em crise", Chile e Brasil
pretendem unir forças para
convencer vizinhos a lançar um
marco jurídico comum, que dê
segurança a investidores para
alavancar um plano de integração física na região -leia-se
obras e mais obras de infra-
estrutura.
A estratégia, que foi delineada pelo chanceler chileno, Alejandro Foxley, anteontem em
entrevista exclusiva à Folha,
será perseguida no mês de
agosto, durante uma reunião
da Comunidade Sul-Americana de Nações.
Também serve como uma
sutil resposta aos discursos do
presidente venezuelano, Hugo
Chávez, e à nacionalização dos
hidrocarbonetos decretada pelo líder boliviano Evo Morales,
em maio.
"Neste momento, em que a
integração na América Latina
parece estar em crise, uma
aliança renovada entre Brasil e
Chile sinaliza à América Latina
e ao resto do mundo que há sistemas democráticos viáveis,
possíveis e eficazes [na região]", afirmou o chanceler do
Chile.
Segundo ponto
A vulnerabilidade energética, evidenciada pelo turbilhão
político causado pela decisão
de Morales, seria o segundo
ponto da agenda comum de
Brasília e Santiago. E o terceiro
a ser concretizado, a livre movimentação de pessoas entre países na América do Sul.
"Hoje não estamos competindo entre empresas ou países,
mas entre regiões. O leste da
Ásia e o leste da Europa, China
e Índia. A América do Sul não
encontra seu lugar no mundo
para competir e gerar bem-estar para seus povos. Por isso um
projeto de integração com regras comuns respeitadas por
todos é fundamental", apontou
Foxley.
Calendário
O chanceler chileno deixou
claro que a assinatura de tratados de livre comércio entre países da região precisa se submeter ao calendário de integração
física antes de ser concretizada.
Foi este o caminho da Europa,
exemplificou o chanceler.
O ministro chileno também
disse não ver motivos para uma
corrida armamentista com a
Venezuela, pois as compras de
armamento e aeronaves pelo
Chile visam exclusivamente a
modernização de seus equipamentos, à beira das três décadas de uso.
"Não temos por que ter nenhuma corrida armamentista
com Chávez. Temos relações
amigáveis. Atrevo-me a dizer
que Chile não tem nenhum
conflito hoje em dia com nenhum país da região."
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