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Ato transforma Millau em mercado a céu aberto
DO ENVIADO A MILLAU
Embora o tema da manifestação em Millau fosse "O Mundo
Não É uma Mercadoria" -título
de um livro lançado por José Bové-, o ato antiglobalização
transformou a cidade em um
grande mercado a céu aberto.
Para aproveitar o movimento
de visitantes na cidade, comerciantes da região instalaram diversos quiosques nas ruas, onde
eram vendidos desde camisas e
bolsas a chapéus, pulseiras e livros.
A comerciante Christine Douat
comemorava a venda de 16 chapéus em pouco mais de uma hora.
"É o efeito Bové", ironizou.
Um show com grupos de rock
franceses previsto para ontem à
noite marcaria o fim das festividades em torno do julgamento em
Millau. Os organizadores do
evento temiam problemas de segurança durante o show, já que
local escolhido para o espetáculo
é próximo ao McDonald's.
Cordão de isolamento
Cerca de 600 policiais foram
destacados para fazer um cordão
de isolamento na área próxima ao
fast-food -que permaneceu fechado ontem, por decisão dos donos da franquia.
O julgamento de José Bové e dos
outros nove agricultores de Millau não havia terminado até o início da noite de ontem. A previsão
era que a sessão seria interrompida à noite, para recomeçar hoje.
Acusados de "atos de destruição
e degradação cometidos em conjunto", Bové e seus amigos estão
sujeitos a uma pena de até cinco
anos de prisão e multa equivalente a R$ 160 mil.
A Confederação Agrícola, sindicato que organiza a manifestação
em Millau, reuniu cinco célebres
advogados franceses -entre eles
Henri Leclerc, ex-presidente da
Liga dos Direitos do Homem-
para defender os acusados.
A estratégia da defesa é transformar o julgamento em uma espécie de fórum de discussão sobre
a globalização -para isso, os advogados convocaram "especialistas em mundialização" de oito
países para depor como testemunhas.
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