São Paulo, sábado, 01 de julho de 2000


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JUSTIÇA
Réu atacou bar de homossexuais
Neonazista britânico é condenado à perpétua

RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES

Um engenheiro de 24 anos que admite ser neonazista foi condenado ontem à prisão perpétua pela morte de três pessoas num atentado a bomba num pub frequentado por homossexuais no bairro Soho, em Londres.
David Copeland cometeu três atentados com bombas recheadas com pregos em locais frequentados por homossexuais, negros e asiáticos em abril do ano passado. Além das três vítimas fatais, Copeland feriu mais de cem pessoas, nos ataques nas regiões do Soho, de Brixton e de Bricklane.
Os advogados de Copeland tentaram limitar sua pena alegando que ele não estava plenamente consciente de seus atos porque sofre de esquizofrenia e paranóia, mas o argumento não convenceu.
Quatro mulheres e oito homens decidiram, por unanimidade, condenar o neonazista. Logo depois que a sentença foi lida, a audiência começou a bater palmas e a gritar. "Apodreça no inferno", gritou o pai de uma das vítimas. "Escória nazista", berrou outra pessoa na sala do julgamento.
Copeland, que queria iniciar uma "guerra racial", não demonstrou emoção ao ouvir a sentença. Durante o julgamento, ele havia dito que defendia a morte de homossexuais, negros e asiáticos. Seu quarto, onde preparou as bombas, era decorado com uma bandeira com a suástica nazista.
"Nós estamos aterrorizados e horrorizados pela atrocidade de seus crimes", disse o juiz Michael Hyam. "Nada pode explicar ou justificar o mal que você fez."
Copeland colocou as bombas em locais públicos em horários de muito movimento. Entre as vítimas do pub do Soho estava uma jovem recém-casada e grávida. Várias pessoas ficaram mutiladas.
"Se existe alguma Justiça nesse mundo foi a condenação que ele recebeu", disse Phil Maddock, pai de Andrea Dykes, a jovem grávida morta no atentado. "Mas isso não me faz sentir melhor. Não acredito nem por um segundo que ele sinta algum remorso."


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