São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Taher, o "engenheiro 4", é acusado por envolvimento em atentados que deixaram mais de cem israelenses mortos

Israel mata fabricante de bombas do Hamas

DA REDAÇÃO

Forças israelenses mataram um dos principais fabricantes de bombas do grupo extremista islâmico Hamas ontem, acusado pelas autoridades israelenses por ataques terroristas que já deixaram ao todo mais de cem israelenses mortos, sendo 19 deles em atentado suicida em um ônibus em Jerusalém há duas semanas.
Muhanad al Taher foi morto durante ação em uma casa em Nablus (Cisjordânia) e, de acordo com os palestinos, é conhecido como o "engenheiro 4". Ele integrava a lista de militantes palestinos mais procurados por Israel.
Sua morte faz parte da operação israelense nas cidades palestinas na Cisjordânia em resposta a atentados que deixaram 31 mortos duas semanas atrás em Jerusalém e em um assentamento.
Na semana passada, o premiê de Israel, Ariel Sharon, havia anunciado que lançaria uma ampla ofensiva contra o Hamas na faixa de Gaza. Mas como o incidente aconteceu na Cisjordânia, não se sabe se existe alguma ligação entre a morte de Taher e a declaração do líder israelense.
Testemunhas palestinas disseram que soldados de Israel cercaram a casa de um dos assessores de Taher em Nablus e pediram às pessoas que estavam dentro da casa para se retirarem. Quando eles saíram da casa, os israelenses dispararam. No incidente, foram mortos Taher e um dos seus principais assessores. Outro assessor do "engenheiro 4" foi ferido.
Analistas afirmam que a morte de Taher pode gerar nova onda de violência, com provável retaliação do Hamas. O grupo não divulgou comentários sobre o episódio.
Ainda ontem, uma bomba foi colocada em um trilho de trem no centro de Israel, ferindo levemente quatro pessoas.
Forças militares israelenses pararam duas ambulâncias palestinas em Ramallah, que levavam cerca de 27 pessoas, a maior parte delas procuradas por Israel. Os palestinos afirmam que as ambulâncias transportavam médicos.
Até ontem, as autoridades israelenses e as palestinas não sabiam se 15 militantes de grupos extremistas estariam dentro de um complexo da ANP (Autoridade Nacional Palestina) em Hebron (Cisjordânia) que foi destruído por Israel. Há dúvidas se eles realmente estavam dentro do local.
Ao menos 1.430 palestinos e 548 israelenses morreram desde a eclosão da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), iniciada em setembro de 2000.

Assentamentos
Onze assentamentos israelenses, considerados ilegais até mesmo por Israel, foram desmantelados ontem pacificamente após pedido do ministro da Defesa do país, Binyamin ben Eliezer.
A maior parte dos colonos não colocou obstáculos para a retirada, mas se mostraram contrariados. "É triste. Todos os assentamentos significam um passo judeu contra o terror palestino", disse o colono Benny Katzover.
Cerca de 200 mil colonos vivem em cerca de 145 assentamentos judeus na Cisjordânia e na faixa de Gaza. A retirada dos assentamentos é dos temas mais delicados para um acordo na região.
A construção desses assentamentos começaram após a guerra árabe-israelense de 1967, na qual a Cisjordânia e a faixa de Gaza foram ocupadas por Israel.
O presidente da ANP, Iasser Arafat, disse ontem estar disposto a se encontrar com o presidente dos EUA, George W. Bush, para discutir a paz no Oriente Médio. Semana passada, Bush pediu a a substituição de Arafat.


Com agências internacionais

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