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IRAQUE SOB TUTELA
Segundo estudo, 1 em cada 8 soldados americanos que lutaram na guerra tem estresse pós-traumático
Estresse pós-Iraque atormenta soldados
DA REDAÇÃO
Um em cada oito soldados
americanos que lutaram no Iraque apresentam sintomas de estresse pós-traumático, segundo
revela o primeiro estudo feito pelo
Exército dos EUA sobre a saúde
mental dos combatentes.
Porém, por medo de ficarem estigmatizados ou terem sua carreira prejudicada, menos da metade
daqueles que possuem o distúrbio
procuraram ajuda, aponta ainda a
pesquisa. Entre 38% e 40% dos
que têm os sintomas estavam interessados em obter ajuda especializada, e entre 23% e 40% reportaram ter buscado auxílio.
Esse é o fator mais preocupante.
"O mais importante é ajudá-los a
entender que quanto mais cedo
eles buscarem ajuda, melhor será", disse Charles W. Hoge, pesquisador do Instituto de Pesquisa
do Exército Walter Reed.
O estudo, publicado no "New
England Journal of Medicine", foi
conduzido três ou quatro meses
depois que os soldados do Exército americano ou marines voltaram das missões no Iraque e no
Afeganistão.
A maioria dos estudos passados
sobre saúde mental no pós-guerra
foi realizada anos depois do fim
dos conflitos, prejudicando possíveis comparações com os resultados obtidos após a Guerra do
Vietnã (1965-1975) ou a Guerra
do Golfo (1991), explicou Hoge.
O transtorno de estresse pós-traumático pode ser desenvolvido
após testemunhar ou vivenciar
um evento traumático. Entre os
sintomas estão flashback, pesadelos, irritabilidade, problemas de
concentração e insônia.
Para Matthew J. Friedman, diretor-executivo do Centro Nacional
de Estresse Pós-Traumático do
Departamento de Veteranos, é
importante ter em mãos os resultados do estudo enquanto ainda
existem soldados no Iraque e no
Afeganistão. No entanto, Friedman acredita que as estimativas
são conservadoras e que talvez
ainda seja muito cedo para determinar a extensão dos problemas
mentais dos combatentes.
"Eu não sou alarmista, mas eu
acho que é um problema muito
sério. E talvez seja pior devido à
natureza da guerra", declarou, citando a mudança da missão de
"libertação" para "ocupação".
Os 6.201 combatentes que
preencheram questionários anônimos, pertenciam a quatro grupos: brigadas do Exército antes de
embarcarem para o Iraque, depois de seis meses no Afeganistão
e depois de oito meses no Iraque e
marines após seis meses no Iraque. Apenas soldados que participaram ativamente dos combates
foram entrevistados.
Sintomas de depressão, distúrbio de ansiedade e estresse pós-traumático foram relatados por
cerca de 17% daqueles que serviram no Iraque, 11% dos que estavam no Afeganistão e 9% do grupo entrevistado antes de partir
para a guerra.
As diferenças são ainda maiores
se comparado apenas o estresse
pós-traumático. Dos combatentes no Iraque, aproximadamente
12% apresentaram o distúrbio,
enquanto dos que serviram no
Afeganistão, 6% -os soldados
no Iraque vivenciaram mais conflitos, incluindo troca de tiros e
ataques, do que os no Afeganistão. Entre os entrevistados antes
da guerra, 5% relataram os sintomas, mesmo índice encontrado
na população dos EUA.
Nas guerras do Vietnã e do Golfo, o índice ficou em 15% e entre
2% e 10%, respectivamente.
Com agências internacionais
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