Brasileiro pede a devolução de Golã e o fim de bloqueio a Gaza

DE BRASÍLIA

Ao receber o presidente sírio, Bashar Assad, no Palácio do Itamaraty, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu incursão que fez em maio a países árabes em defesa da paz na região.
Fez críticas a Israel e disse que o conflito não terá solução se prevalecer a tese de que é preciso haver vencidos e vencedores.
"Recusamos a tese de que o Oriente Médio está fadado ao conflito, de que seus filhos estão condenados a reviver a irracionalidade da guerra."
Lula disse a Assad que foi essa a mensagem que levou aos governos de Israel, do Líbano, do Irã e da Autoridade Nacional Palestina.
Segundo Lula, a Síria tem que ser ouvida e envolvida nas discussões sobre o futuro do Oriente Médio. Ele disse que o conflito transcende as dimensões regionais e afeta o mundo inteiro e ressaltou que as negociações não serão retomadas sem o engajamento de todos os países.
Lula defendeu a devolução à Síria das colinas de Golã, território capturado por Israel em 1967. A Síria se recusa a aprovar acordo de paz enquanto as colinas não forem devolvidas.
"Apoiamos o princípio da terra por paz para assegurar a devolução das colinas de Golã à Síria. Defendemos um Estado palestino independente, soberano, coeso e economicamente viável e que possa conviver em segurança e dignidade com Israel."
Lula disse ainda que o ataque a um navio humanitário por Israel em águas internacionais mostra que "é mais do que hora de levantar o bloqueio a Gaza".
Assad chamou Lula de "amigo" e agradeceu pelo apoio à devolução das colinas de Golã. Ele também elogiou o brasileiro pela busca de uma saída negociada para a disputa em torno do programa nuclear do Irã.


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