de Londres

A ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher rechaçou proposta de uma "Terceira Via" como alternativa econômica e política ao capitalismo tradicional.
Em artigo no jornal "The Daily Telegraph", a "dama de ferro" do Partido Conservador afirmou que a crise asiática seria uma das provas definitivas de que o capitalismo liberal é o sistema ideal.
Citando o ex-premiê tcheco Vaclav Klaus, Thatcher disse que a "Terceira Via' leva apenas ao Terceiro Mundo".
O atual primeiro-ministro britânico, Tony Blair (trabalhista), defende o modelo da "Terceira Via", que ele define como um caminho intermediário entre o liberalismo e o socialismo.
"Nós sabemos agora que as economias mais estatizantes da Europa não são tão bem-sucedidas", afirmou Thatcher.
Para ela, as principais falhas de um "quase capitalismo" aplicado pelos países asiáticos seriam a falta de transparência no sistema financeiro, a corrupção criada por um "intervencionismo incestuoso" e o atraso político.
Uma das grandes ameaças para o mundo agora, segundo a ex-primeira-ministra, seria o Japão. Para evitar o aprofundamento da recessão econômica, o país precisaria, em sua opinião, reduzir "urgentemente" seus impostos e aumentar a transparência e o nível de competição no seu sistema financeiro.
O desafio da China, por outro lado, seria, de acordo com Thatcher, realocar os cerca de 4 milhões de funcionários públicos que precisariam ser demitidos em um processo de enxugamento do Estado chinês.
Para Thatcher, a crise asiática mostrou que não há uma "nova ordem mundial" e que os países estão vivendo um momento semelhante ao da Guerra Fria. Ainda que não haja uma confrontação entre duas superpotências, argumentou Thatcher, os riscos seriam parecidos: políticas econômicas que ameaçam a prosperidade, intervencionismo econômico e despreparo militar.
O artigo da ex-primeira-ministra britânica foi extraído de uma conferência que ela fez, no último dia 25, no Instituto de Empresas Americanas. (ISABEL VERSIANI)



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