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SECULARIDADE AMEAÇADA
Presidente irrita os defensores da separação da igreja do Estado
Fox beija anel e gera controvérsia
DA REDAÇÃO
Com um simples beijo no anel do papa, o presidente do México, Vicente Fox, abalou o sistema político local, já que reverenciou o líder da Igreja Católica
num país que, embora bastante católico, tem uma tradição (de 150 anos) de estrita separação entre a igreja e o Estado.
Fox, acompanhado de sua mulher, Marta Sahagún, recebeu o papa em cerimônia oficial, anteontem. Trata-se da quinta visita de João Paulo 2º ao México, o país com a segunda maior população de católicos do planeta (após o Brasil).
Os principais jornais mexicanos estamparam a fotografia de
Fox, que é católico, beijando o
anel papal, um antigo costume
que representa obediência aos
preceitos católicos e fé na igreja.
"E o Estado secular?", perguntou, em sua primeira página, o
diário oposicionista "La Jornada". Do século 19 ao final do século 20, o governo mexicano teve sérios problemas com a Igreja Católica, chegando até a persegui-la. Antes, a igreja tivera
forte influência política no país.
O Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o
México durante a maior parte
do século passado, foi construído com uma plataforma abertamente anticlerical, pois a igreja
fora uma ferrenha opositora da
revolução ocorrida em 1910.
O México não tinha relações
diplomáticas com o Vaticano
até 1992. Mas Fox, católico praticante, e seu Partido da Ação
Nacional (pró-Igreja Católica)
puseram fim aos 71 anos de domínio do PRI na eleição de 2000,
e as relações entre o governo
mexicano e a igreja se tornaram
bem mais amistosas.
Com agências internacionais
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