São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SECULARIDADE AMEAÇADA

Presidente irrita os defensores da separação da igreja do Estado

Fox beija anel e gera controvérsia

DA REDAÇÃO

Com um simples beijo no anel do papa, o presidente do México, Vicente Fox, abalou o sistema político local, já que reverenciou o líder da Igreja Católica num país que, embora bastante católico, tem uma tradição (de 150 anos) de estrita separação entre a igreja e o Estado.
Fox, acompanhado de sua mulher, Marta Sahagún, recebeu o papa em cerimônia oficial, anteontem. Trata-se da quinta visita de João Paulo 2º ao México, o país com a segunda maior população de católicos do planeta (após o Brasil).
Os principais jornais mexicanos estamparam a fotografia de Fox, que é católico, beijando o anel papal, um antigo costume que representa obediência aos preceitos católicos e fé na igreja.
"E o Estado secular?", perguntou, em sua primeira página, o diário oposicionista "La Jornada". Do século 19 ao final do século 20, o governo mexicano teve sérios problemas com a Igreja Católica, chegando até a persegui-la. Antes, a igreja tivera forte influência política no país.
O Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o México durante a maior parte do século passado, foi construído com uma plataforma abertamente anticlerical, pois a igreja fora uma ferrenha opositora da revolução ocorrida em 1910.
O México não tinha relações diplomáticas com o Vaticano até 1992. Mas Fox, católico praticante, e seu Partido da Ação Nacional (pró-Igreja Católica) puseram fim aos 71 anos de domínio do PRI na eleição de 2000, e as relações entre o governo mexicano e a igreja se tornaram bem mais amistosas.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Sincretismo marca o culto de santo no México
Próximo Texto: Panorâmica - Iraque: Senado americano inicia debate sobre possível ofensiva contra Saddam
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.