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Benazir reavalia acordo com ditador paquistanês
Após o recuo de Musharraf, ex-premiê reúne-se com seu partido em Londres
Porta-voz do partido de Benazir, o PPP, diz que governo precisa decidir logo se concorda ou não com "transição democrática"
DA REDAÇÃO
A ex-premiê Benazir Bhutto
reúne-se hoje em com líderes
do seu PPP (Partido do Povo
Paquistanês) em Londres, onde
vive exilada. No encontro, iniciado ontem, o partido discute
que posição adotar quanto ao
acordo com o ditador Pervez
Musharraf, que pode pôr fim ao
regime militar no Paquistão.
Há pelo menos três meses,
uma possível aliança entre o
PPP e Musharraf vem sendo
discutida em reuniões "nem-tão-secretas". Porém, os principais pontos do "consenso de
95%", anunciado na quarta por
Benazir e pelo ministro Rashid
Ahmed, articulador político do
general, foram negados por
Musharraf, após críticas da base aliada.
"Gostaríamos de saber com
firmeza se o governo concorda
ou não com nossa proposta de
transição democrática", cobrou
ontem o porta-voz do PPP, Farhatullah Babar. Ele insinuou
que o partido não esperará
muito mais por uma resposta
do general antes de considerar
a tentativa de acordo definitivamente fracassada.
Em troca de apoio às pretensões políticas de Musharraf,
que pretende concorrer a mais
um mandato de cinco anos, Benazir quer o arquivamento das
acusações de corrupção contra
ela e seu governo e a retirada do
dispositivo constitucional que
proíbe a eleição de ex-premiês.
O general teria que deixar o comando das Forças Armadas,
conforme previsto pela legislação do país, e abrir mão do dispositivo que criou autorizando
o presidente a dissolver governo e Parlamento.
Musharraf, que governou em
relativa tranqüilidade por anos
após o golpe de 1999, sofreu importantes derrotas políticas em
2007. Um acordo com o laico
PPP é visto como uma possibilidade de sobrevida política ao
general e abertamente apoiado
pelos EUA. A aliança sofre, porém, rejeição intensa da principal legenda aliada do ditador, o
PLM-Q (Partido da Liga Muçulmana Quaid-e-Azam), que
tem maioria no Parlamento.
O general, cujo mandato expira neste ano, encontra-se em
meio a acirrada disputa política
com os dois ex-primeiros-ministros exilados: Nawaz Sharif,
que controla um partido oriundo da Liga Muçulmana (PLM-N), e Benazir Bhutto, líder do
PPP. Ele afirmou que convocará eleições entre 15 de setembro e 15 de outubro, dentro do
prazo legal. As regras do pleito,
porém, continuam indefinidas.
Com agências internacionais
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