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ORIENTE MÉDIO
Bush é obrigado a assinar lei do Congresso que cita a cidade como capital israelense; analistas prevêem reação árabe
Lei nos EUA vincula Jerusalém a Israel
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, assinou uma lei que faz
o país "reconhecer" Jerusalém como a capital de Israel, pelo menos
em documentos e procedimentos
diplomáticos relativos ao país. A
medida deve causar duros protestos dos países árabes.
O reconhecimento é um dos
itens de uma legislação, aprovada
pelo Congresso, que libera verba
para o Departamento de Estado.
Bush poderia tê-la vetado, mas
as partes referentes a Jerusalém
não puderam ser desvinculadas
do todo. Como o Departamento
de Estado precisa do dinheiro,
Bush sancionou o texto.
Mas o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que, apesar da aprovação da lei, os EUA mantém a posição de que o status de Jerusalém
deve ser decidido em um acordo
entre israelenses e palestinos.
Atualmente, os EUA, assim como os demais países, mantêm a
sua embaixada em Tel Aviv. Em
Jerusalém, há um consulado americano que serve para tratar mais
especificamente de assuntos ligados aos palestinos.
A partir de agora, o consulado
deverá obrigatoriamente estar subordinado à embaixada, de acordo com o que prevê a lei. Antes isso não acontecia. O objetivo do
Congresso é que a embaixada seja
transladada de Tel Aviv para Jerusalém. Se isso acontecer, os EUA
estariam oficialmente reconhecendo Jerusalém como capital de
Israel.
Essa é uma das novidades da lei
em relação a outras anteriores,
aplicadas em outros mandatos,
que também buscavam forçar os
presidentes americanos a reconhecer Jerusalém como capital.
A segunda novidade é que todos
os documentos americanos nos
quais constar Israel deverão mencionar Jerusalém como capital.
Por último, cidadãos americanos que nasceram em Jerusalém
poderão colocar em seus documentos que são naturais de Israel.
A decisão de Bush deve desagradar aos países árabes, em um momento em que os EUA buscam
apoio em uma possível ofensiva
contra o Iraque.
Os árabes consideram Jerusalém Oriental a capital de um futuro Estado palestino. Já o governo
de Israel considera Jerusalém a
capital indivisível do país.
A parte oriental da cidade foi
ocupada por Israel na guerra de
1967 junto com a Cisjordânia e a
faixa de Gaza. A maior parte da
população da área é composta
por árabes.
Além disso, Jerusalém é considerada uma das cidades mais sagradas para o islamismo, religião
majoritária entre os árabes, e do
cristianismo, a segunda religião
com mais membros na comunidade árabe.
O Instituto Árabe-Americano
enviou mensagem a Bush ontem
pedindo que ele vetasse a lei, pois
ela deve aumentar ainda mais a
tensão no Oriente Médio.
"Em um momento em que o senhor [Bush" está construindo
uma coalizão para apoiá-lo em
seus objetivos no Oriente Médio,
o Congresso não deveria minar os
seus esforços", escreveu George
Salam, um dos dirigentes da entidade árabe nos EUA, para o presidente americano.
"Essa lei poderá inflamar e aumentar os sentimentos contrários
aos EUA nos países árabes", afirmou o presidente do Instituto
Árabe-Americano, James Zogby.
Os países árabes e a Autoridade
Nacional Palestina não se manifestaram sobre a aprovação da lei.
Com agências internacionais
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