São Paulo, terça-feira, 01 de outubro de 2002

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Sharon sofre duras críticas por cerco a Arafat

DA REDAÇÃO

O episódio do cerco ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, está causando duras críticas ao premiê israelense, Ariel Sharon.
O líder palestino, na avaliação de analistas israelenses, se fortaleceu com o cerco de dez dias ao seu quartel-general, em Ramallah, em vez de se enfraquecer, como queria Sharon.
A popularidade de Arafat entre os palestinos aumentou em um momento em que poderiam surgir novas lideranças palestinas com a reforma na ANP, e a imagem de Israel ficou arranhada.
"Foi uma falha colossal", escreveu o diário israelense "Maariv". Para o "Yedioth Ahronoth", foi "uma lição para o futuro". O "Haaretz", disse que Arafat conquistou "uma rara vitória".
A decisão de libertar Arafat foi tomada por Sharon após fortes pressões dos EUA. Os americanos não querem um agravamento do conflito israelo-palestino num momento em que buscam apoio de países árabes para uma possível ofensiva contra o Iraque.
Os israelenses haviam dito anteriormente que não respeitariam resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um levantamento imediato do cerco a Arafat. Ele foi cercado após um atentado suicida cometido pelo grupo extremista islâmico Hamas, em Tel Aviv, deixar seis mortos
Tanques de Israel permanecem em Ramallah, e Arafat ainda não pode deixar a cidade.
Sharon viajou a Moscou, onde se reuniu com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ontem soldados israelenses dispararam contra crianças e adolescentes palestinos que jogavam pedras em Nablus (Cisjordânia). Uma criança de 10 e outra de 11 morreram. Um soldado israelense também morreu nos choques de ontem na cidade.
As mortes acontecem um dia após relatório da Anistia Internacional afirmar que mais de 320 crianças morreram na Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), sendo 250 palestinas e 70 israelenses. Ao menos 1.573 palestinos e 601 israelenses morreram nos dois anos de Intifada.


Com agências internacionais


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