São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terror anuncia seqüestro de mais dez

DA REDAÇÃO

Insurgentes iraquianos afirmaram ontem ter seqüestrado dez pessoas, incluindo duas indonésias, segundo informou ontem a TV árabe Al Jazira. Os seqüestradores exigem que a empresa para a qual os reféns trabalham rompa contato com as forças estrangeiras no Iraque. Não foi feita ameaça explícita de morte.
A emissora exibiu uma fita de vídeo com imagens de cinco homens e duas mulheres sentados no chão, aparentemente usando véus islâmicos. Segundo a Al Jazira, o grupo responsável pelo vídeo é o Exército Islâmico do Iraque, o mesmo que assumiu o seqüestro dos jornalistas franceses Christian Chesnot e George Malbrunot no mês passado.
Além das duas indonésias, estão entre os reféns seis iraquianos e dois libaneses. Segundo a emissora, eles trabalham para a empresa Jubail, de artefatos eletrônicos.
As circunstâncias e o local da captura não foram divulgados. O governo iraquiano disse que está investigando o caso.
A fita mostra ainda alguns dos reféns se ajoelhando sob uma faixa com o nome do grupo, com homens mascarados apontando fuzis contra suas cabeças.
O chanceler do Líbano disse ontem que três libaneses foram seqüestrados no Iraque em incidentes separados e, posteriormente, que um dos reféns, identificado como Imad Basila, havia sido solto.
A Embaixada da Indonésia na Jordânia identificou as duas reféns indonésias como Binti Anom e Rafika Binti Aminj.

Refém britânico
Um dia depois de ter sido chamado de mentiroso pelo engenheiro britânico Kenneth Bigley, 62, mantido refém no Iraque há quase duas semanas, o premiê do Reino Unido, Tony Blair, afirmou estar fazendo "todo o possível" para soltá-lo. "Há muitas coisas que estamos tentando fazer, e que não vamos detalhar", disse à BBC.
O chanceler britânico, Jack Straw, disse, porém, que o Reino Unido não pretende negociar o pagamento de resgate ou atender às demandas políticas dos terroristas.
"Mas claro que queremos o sr. Bigley solto, então ouviríamos o que eles [os terroristas] têm a dizer", disse o chanceler, que ontem se encontraria pela primeira vez com a família Bigley, em Londres.
Os terroristas exigem a libertação de todas as iraquianas presas no país. Dois americanos que estavam com ele foram degolados pelos seqüestradores, que são do grupo Tawid e Jihad, do terrorista jordaniano Abu Musab al Zarqawi, ligado à rede Al Qaeda.
Simona Pari e Simona Torretta, as duas italianas libertadas na terça-feira após três semanas em cativeiro no Iraque, disseram ontem que temeram ser mortas, apesar do tratamento "privilegiado" que afirmaram ter recebido dos seqüestradores.
"O medo de sermos mortas estava lá desde o primeiro dia", disse Simona Torretta. "Sabíamos que o assassinato não era iminente, mas até entrarmos no avião, o medo estava sempre lá."


Com agências internacionais

Texto Anterior: Carros-bomba matam 35 crianças em Bagdá
Próximo Texto: Reino Unido: Blair é internado para corrigir arritmia cardíaca
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.