São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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REINO UNIDO

Premiê diz que problema não o impede de concorrer a terceiro mandato; segundo cardiologista, doença é recorrente

Blair é internado para corrigir arritmia cardíaca

DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Tony Blair, será hospitalizado hoje para submeter-se a um procedimento médico para corrigir um problema de arritmia cardíaca. O anúncio foi feito pelo próprio premiê na noite de ontem, em entrevista ao canal de TV britânico Sky News.
Blair, 51, disse que o procedimento não afetará seu trabalho nem seus planos de concorrer a um terceiro mandato consecutivo como premiê, em eleições previstas para março próximo -mas descartou um eventual quarto mandato.
"É uma espécie de palpitação. Não impede de trabalhar, e, de fato, venho trabalhando nos últimos meses, desde que apareceu", disse.
Um porta-voz de Downing Street informou que Blair ficará hospitalizado até sábado e deverá voltar ao trabalho na segunda-feira. No dia seguinte, o premiê deve iniciar uma viagem, já programada, à África.
Blair disse que será um "procedimento de rotina" e que seu problema "não é particularmente grave", mas "precisa ser tratado".

Curto-circuito
O procedimento visa a corrigir uma taquicardia supraventricular. De acordo com o cardiologista Sérgio Timerman, do Incor (Instituto do Coração), isso significa que o premiê tem uma aceleração do coração, acima dos ventrículos. "O batimento do coração depende de um sistema elétrico perfeito", disse o cardiologista à Folha. "Em algumas pessoas, no entanto, é como se houvesse um curto-circuito nesse sistema."
Para corrigir esse problema, Blair irá se submeter a uma ablação por cateter. "Os médicos mapeam o local exato onde está esse curto-circuito. Quando acham, fazem uma ablação, isto é, cortam esse curto circuito através de um cateter, emitindo feixes de ondas elétricas", explicou Timerman, presidente da Fundação Interamericana do Coração.
Normalmente, o cateter é inserido pela virilha, até o coração. Trata-se de um procedimento longo, mas simples e definitivo, que substitui o tratamento cirúrgico e por medicamentos, disse o médico.
Segundo Punit Ramrakha, cardiologista de Blair, a arritmia do premiê é recorrente. O médico divulgou nota em que afirma que o problema foi tratado pela primeira vez em outubro de 2003. Na ocasião, porém, o premiê ignorou ordens médicas de repousar por 24 horas.
A nota esclarece ainda que o premiê não passará por uma cirurgia, já que não já incisão cirúrgica e o tórax não é aberto. O procedimento é feito com anestesia local e sedativos e a recuperação é curta. Segundo o médico, pacientes podem retomar suas atividades dentro de dois ou três dias.
No início do mês, o ex-presidente americano Bill Clinton recebeu quatro pontes -três mamárias e uma de safena- no coração, em Nova York.


Com agências internacionais

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