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Morre líder do Taleban no Paquistão, diz TV
Canal cita fontes oficiais; morte de Baitullah Mehsud, negada pelo grupo radical, criaria vácuo de poder no foco da insurgência islâmica
Respondendo a críticas dos aliados, Islamabad substitui chefe de espionagem; há infiltração de radicais islâmicos no serviço secreto
DA REDAÇÃO
Canais de televisão paquistaneses e o americano CNN noticiaram ontem a morte do chefe
do Taleban no Paquistão, Baitullah Mehsud. Diabético e hipertenso, Mehsud morreu de
falência renal, segundo os relatos, atribuídos a fontes oficiais.
Membros do grupo radical islâmico negaram que Mehsud esteja morto.
Ainda jovem -estima-se que
tivesse 34 anos-, Baitullah tornou-se líder de seu clã, os Mehsud, e assumiu o comando da
insurgência no Waziristão, região tribal paquistanesa próxima ao Afeganistão. Sua morte
criaria um vácuo de poder no
clã e acredita-se que seu eventual sucessor no comando do
Taleban dificilmente teria o
mesmo controle e influência na
região tribal.
À frente do Taleban, Baitullah Mehsud liderou vários ataques terroristas na região fronteiriça e em grandes cidades do
país. O governo o acusa de planejar o atentado que matou, em
dezembro, a ex-premiê Benazir
Bhutto.
Mehsud sempre negou envolvimento na morte de Benazir, então à frente do PPP (Partido do Povo Paquistanês),
atualmente no governo. "Não
atacamos mulheres", afirmou
por meio de um porta-voz.
Inteligência
Ao escapar de um atentado
anterior, em evento de campanha, Benazir acusara "dignitários do ex-ditador Mohammed
Zia ul-Haq" (1977-88) infiltrados na ISI, poderosa agência de
inteligência militar paquistanesa, de planejarem sua morte.
Um dos mais influentes serviços secretos do mundo, a ISI
desenvolveu doutrina própria,
nem sempre coerente com as
políticas oficiais. A agência foi a
eminência parda da derrota soviética no Afeganistão, recebendo apoio dos EUA para armar os combatentes jihadistas.
Na época, sob Zia, o islã foi incorporado à doutrina da ISI.
Diplomatas e militares estrangeiros acusam agentes do
ISI de permanecerem leais aos
radicais islâmicos, boicotando
esforços de combate. O país é o
principal aliado regional da Casa Branca na guerra ao terror,
mas a relação entre Washington e Islamabad está estremecida desde o fim da ditadura de
Pervez Musharraf.
Criticado pela ineficiência no
combate ao terrorismo, o Paquistão substituiu ontem o
chefe do ISI. O general Ahmed
Shuja Pasha, veterano em contra-insurgência nas áreas tribais, assumiu o comando da
agência, substituindo Nadeem
Taj, indicado por Musharraf.
A nomeação faz parte da estratégia para dar credibilidade
à agência. Os espiões paquistaneses são freqüentemente acusados de agentes duplos.
"O general Pasha tem a combinação de experiências corretas para liderar o ISI", diz o general reformado Talat Masood.
Com o "Financial Times"
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