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IMIGRAÇÃO
Partido de Schroeder quer dar nacionalidade à terceira geração de estrangeiros, que são 10% da população alemã
SPD quer mudar lei de cidadania alemã
das agências internacionais
O novo governo alemão pretende alterar a lei de cidadania do país
que está em vigor desde o período
imperial, em 1913.
Ontem, Otto Schily, membro do
SPD apontado como futuro ministro do Interior do chanceler eleito,
Gerhard Schroeder, disse que o seu
partido defende uma modernização da lei, que concederia cidadania à terceira geração de imigrantes, desde que o pai ou a mãe tenha
nascido na Alemanha.
Na atual legislação, a nacionalidade é dada pelo princípio de laços
sanguíneos, e não pelo local de
nascimento. Quer dizer, só pessoas
nascidas de pais alemães têm direito à cidadania.
A posição do SPD difere do programa dos Verdes. Os prováveis
aliados de Schroeder no governo
defendem que toda pessoa nascida
na Alemanha tenha direito à cidadania, desde que os pais morem no
país "há algum tempo" (sem especificar o período). Ou seja, filhos
de estrangeiros nascidos no país já
teriam a nacionalidade.
O ponto que une Verdes e social-democratas é com relação à redução do tempo de residência exigido para um estrangeiro se naturalizar alemão. A lei atual exige pelo
menos 15 anos.
²
Vantagens
A Alemanha possui cerca de 7
milhões de imigrantes, dos quais 2
milhões são turcos. Cerca de 1,5
milhão desses estrangeiros vive no
país há mais de 50 anos.
A maioria dos turcos migrou para a Alemanha nos anos 60 -no
auge do desenvolvimento industrial- e até hoje eles não têm nacionalidade. Cerca de 25% dos estrangeiros residentes nasceram em
território alemão.
Com a permanência da lei de
1913, a Alemanha é o único grande
país europeu que mantém só o
princípio de laços sanguíneos para
concessão de cidadania.
A principal vantagem para os cidadãos seria o direito ao voto,
além da possibilidade de concorrer
a emprego em órgãos públicos. A
impossibilidade de votar tem gerado muitos protestos por parte dos
imigrantes.
A CDU (União Democrata Cristã), partido do atual chanceler Helmut Kohl, vem rejeitando a reforma da lei de cidadania.
Em março passado, o Bundestag
(câmara baixa do Parlamento alemão, equivalente à Câmara dos
Deputados no Brasil) rejeitou projeto que concedia cidadania a descendentes de imigrantes nascidos
na Alemanha.
O Parlamento, que atualmente é
dominado pela coalizão de Helmut
Kohl, tem discutido a modernização da lei há dez anos. Agora, com
o ascensão do grupo de Schroeder,
a reforma poderá ser viabilizada.
A questão para o governo de
Schroeder será conciliar a proposta do SPD com a dos Verdes.
Os dois partidos, que discutem a
formação de uma coalizão, já diferem, por exemplo, no número de
cargos que cada um quer ter no governo. Os Verdes querem quatro
ministérios, mas os social-democratas oferecem apenas dois.
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