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EUA
Delegação estrangeira chega para acompanhar eleição no Estado; Bush inicia maratona de campanha
Russos e albaneses observarão pleito na Flórida
ANDREW GUMBEL
DO "THE INDEPENDENT"
A piada, durante as intermináveis recontagens da eleição presidencial na Flórida, há dois anos,
era que a Rússia e a Albânia iriam
mandar observadores para ajudar
os americanos a transpor o inesperado obstáculo que ameaçava
sua democracia. Agora a piada se
tornou realidade.
Uma delegação de alto nível de
observadores eleitorais europeus
e norte-americanos, incluindo
russos e albaneses, chegou anteontem à Flórida para acompanhar as eleições no Estado.
A missão da delegação internacional: descobrir se a mais poderosa democracia do planeta
aprendeu algo durante os 36 dias
que durou o impasse entre George W. Bush e Al Gore, em 2000. À
época, o mundo todo examinou
cada detalhe do problemático sistema eleitoral do Estado, mas, ao
final, ninguém tinha certeza de
quem tinha sido o vencedor.
Certamente, os russos e os albaneses conhecem bem eleições
problemáticas, conturbadas ou
fraudadas. Após receberem uma
década de lições das democracias
ocidentais sobre a reforma de
seus próprios sistemas, eles
aprenderam a lidar com a diversidade. Resta saber se a Flórida não
é um osso duro demais -mesmo
para eles. "Será uma boa experiência", afirmou Ilirjan Celibashi, que comanda o Comitê Central Eleitoral da Albânia.
Com um mandato da OSCE
(Organização para Segurança e
Cooperação na Europa), a delegação de observadores estrangeiros
não ficará nas sessões eleitorais, o
que talvez não seja uma boa idéia,
visto que não faltaram problemas
nesses locais nas últimas eleições
realizadas no Estado.
Em vez disso, a delegação irá ter
uma visão geral das leis eleitorais
da Flórida e de como elas são aplicadas. Assim, poderão ter uma
noção de como a prática americana não respeita padrões hoje considerados obrigatórios em democracias emergentes do Leste Europeu e de outras regiões.
Trata-se da primeira vez em que
observadores estrangeiros visitam os EUA para acompanhar o
processo eleitoral.
O Escritório para Instituições
Democráticas e Direitos Humanos da OSCE defende, há muito
tempo, que as democracias mais
antigas e consolidadas melhorem
seus padrões eleitorais.
Maratona
O presidente George W. Bush
começou ontem uma maratona
eleitoral que o levará a 16 Estados
até as eleições legislativas da próxima terça-feira, cujos resultados
deverão ser muito equilibrados.
"Se vocês crêem na paz, se vocês
crêem nos valores que fazem de
nosso país um dos melhores do
mundo, vocês devem votar. Isso
faz parte da vida num país livre",
declarou Bush em Aberdeen (Dakota do Sul). Neste Estado, um
dos principais adversários de
Bush atualmente, o líder da maioria democrata no Senado, Tom
Daschle, costuma obter a vitória.
Hoje Bush vai a Indiana e à Virgínia Ocidental para apoiar os
candidatos republicanos a cadeiras na Câmara e no Senado.
"Exorto todos os cidadãos americanos -republicanos, democratas ou independentes- a não
deixar de ir aos centros de votação", declarou Bush.
Essas eleições permitirão renovar um terço do Senado (34 das
cem cadeiras) e toda a Câmara
(435 cadeiras). Ademais, 36 dos
50 governos estaduais estarão em
disputa na terça-feira.
A Câmara é controlada hoje pelos republicanos. Os democratas
tinham uma cadeira de vantagem
sobre os republicanos no Senado
até a semana passada, quando o
senador democrata Paul Wellstone morreu, deixando seu posto
vago até a posse dos senadores
que serão eleitos na terça-feira.
Com agências internacionais
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