São Paulo, sexta-feira, 01 de novembro de 2002

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AMÉRICA LATINA

Otto Reich, subsecretário de Estado, diz que "chegou a hora de resolver as diferenças políticas com uma eleição"

EUA defendem eleições na Venezuela

DA REDAÇÃO

A solução para a crise política na Venezuela deve passar pela realização de eleições, afirmou ontem o subsecretário de Estado dos EUA para a América Latina, Otto Reich, em discurso na Fundação Heritage, em Washington.
"Está na hora de resolver as diferenças políticas na Venezuela de maneira pacífica, democrática e constitucional, por meio de uma eleição", disse Reich. "Qualquer que seja a solução eleitoral a que cheguem os venezuelanos por meio do diálogo, deve ser livre, justa e transparente, acordada pelo governo e pela oposição", disse.
A oposição venezuelana acusa o presidente Hugo Chávez de estar dividindo o país e de o levar à bancarrota com suas políticas esquerdistas e pede sua renúncia e a realização antecipada de eleições.
Chávez, cujo mandato termina em 2007, diz ser vítima de um complô da elite que sempre governou o país e que teria tido seus interesses contrariados. Ele rejeita eleições antecipadas, mas admite a realização de um referendo sobre seu mandato a partir de agosto do ano que vem, como prevê a Constituição.
Reich pediu ao governo e à oposição que baixem o tom de sua retórica, mas afirmou que a responsabilidade maior cai sobre Chávez. "Como chefe de Estado, Chávez tem uma obrigação especial para assegurar as condições próprias para o diálogo", afirmou. Segundo ele, Chávez deve garantir um ambiente "seguro para o diálogo", livre de "assédio, intimidação e violência".
As declarações de Reich ecoam de alguma maneira um pronunciamento do secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), César Gaviria, que está em Caracas para tentar mediar um diálogo entre governo e oposição.
Para ele, o que o país precisa é de uma saída eleitoral. "Esse é um ponto em que as duas partes, ao longo desta semana, avançaram muito", afirmou.
Gaviria disse esperar que o diálogo avance na próxima semana. "O governo e a oposição vão se sentar para falar disso, para expor seus pontos de vista e para expor seus argumentos de ordem constitucional."
Há duas semanas, o governo assinou um documento preparado por OEA, Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e Centro Carter que pede "saídas constitucionais" para a crise política no país. A oposição não assinou o documento e preparou uma outra declaração, na qual traça princípios para um governo de transição, sem Chávez.


Com agências internacionais


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