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Para analista, região não é prioritária
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
Independentemente de quem
vença a eleição presidencial nos
EUA, a América Latina provavelmente venha a continuar fora das
prioridades da política externa
americana, de acordo com David
Samuels, cientista político da Universidade de Minnesota (EUA).
"[O presidente George W.]
Bush só tem olhos para o Oriente
Médio e para a guerra ao terror.
Não sobra muito espaço para a
América Latina", afirmou Samuels em videoconferência no
Consulado dos EUA em São Paulo, na última sexta-feira, assistida
pela reportagem da Folha.
Segundo ele, John Kerry não
poderá ser muito diferente, pois o
Oriente Médio, o terror e as armas
de destruição em massa são mais
importantes para os interesses
nacionais americanos.
Samuels lembrou ainda que a
América Latina está "praticamente ausente" da campanha eleitoral
nacional. "Por razões óbvias, já
que ambos os Estados têm grande
população hispânica, as discussões sobre a América Latina se limitam à Flórida e ao Texas", afirmou o autor de "Ambition, Federalism and Legislative Politics in
Brazil" (ambição, federalismo e
política legislativa no Brasil).
Samuels salientou também que
a fama de protecionista de Kerry
não tende a traduzir-se em políticas do gênero. "Se se tornar presidente, Kerry deverá mudar seu
discurso protecionista. Em 2000,
Bush também falava em proteger
empregos e a indústria dos EUA",
analisou Samuels em bom português -com leve sotaque.
Quanto à Alca (Área de Livre
Comércio das Américas), a situação também não deverá ser alterada. "Os EUA buscam isolar o
Brasil, fazendo acordos bilaterais
com vários países. Curiosamente,
não me lembro de declarações de
Kerry sobre a Alca."
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