São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2004

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Doentes terminais europeus obtêm mais direitos

DA REDAÇÃO

A Justiça britânica decidiu ontem que não iria impedir que uma mulher gravemente doente fosse para a Suíça com o objetivo de praticar o suicídio assistido, acompanhada do marido. Porém a polícia ainda pode decidir adotar alguma medida contra ele. Na França, nova lei dá mais direitos a pacientes terminais.
Apesar do suicídio ser legal no Reino Unido, ajudar alguém a morrer é um crime que pode valer 14 anos de prisão. As leis suíças permitem que conselheiros treinados ajudem um doente a se matar.
"A corte não deve frustrar indiretamente os direitos de Z. [como a mulher foi chamada]. O papel do marido é um problema para as agências criminais", disse o juiz Mark Hedley.
O caso veio à tona quando a mulher expressou o desejo de morrer à junta que prestava assistência médica a ela em casa. A equipe avisou a Justiça, temendo ser responsabilizada.
A decisão pode ser um estímulo para a reavaliação das leis britânicas contra a eutanásia. Suíça, Holanda e Bélgica têm leis que permitem a eutanásia.
Pesquisa publicada em setembro por um grupo pró-eutanásia afirmou que 47% dos britânicos quebraria as leis para ajudar doentes terminais queridos a morrer. Ainda de acordo com o estudo, 82% das pessoas apóiam as mudanças na lei da eutanásia.
Também ontem, a Assembléia Nacional da França aprovou por unanimidade projeto de lei que permite que doentes terminais recusem tratamento que prolongue seu sofrimento. A decisão visa "deixar morrer, e não fazer morrer". Ou seja, não legaliza a eutanásia.
O projeto obteve amplo apoio social, inclusive das igrejas atuantes no país.


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