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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Regime iraquiano matou mais de 1 milhão desde 79

DA REDAÇÃO

Mais de 1 milhão de pessoas foram mortas em perseguições políticas e étnico-religiosas e em guerras promovidas pelo regime de Saddam Hussein desde 1979, quando o ditador iraquiano assumiu o poder.
De 3 milhões a 4 milhões de iraquianos vivem no exílio após terem sido expulsos ou fugido do Iraque. Há entre 200 mil e 300 mil desaparecidos e entre 700 mil e 900 mil refugiados internos no país. Os números fazem parte de um estudo realizado no ano passado por duas entidades que atuam na área, a Aliança Internacional pela Justiça e a Federação Internacional das Ligas de Direitos Humanos.
Saddam iniciou duas guerras contra vizinhos -o Irã (80-88) e o Kuait (90-91). Na guerra contra o Irã, que causou 1 milhão de mortos dos dois lados, o Iraque usou armas químicas. Estima-se que 20 mil iranianos tenham morrido por conta de gás mostarda, sarin etc.
O regime de Saddam, que representa a minoria árabe sunita do país (em torno de 20% da população), persegue outros grupos étnico-religiosos, como os xiitas (60% da população), os curdos (15%, majoritários no norte do país) e outras minorias.
De 77 a 87, entre 4.500 e 5.000 vilas curdas foram destruídas e seus habitantes transferidos para outras regiões ou expulsos. Segundo a ONG Human Rights Watch, até 5.000 curdos morreram em um ataque químico em 1988.
Durante e após a Guerra do Golfo (1991) -quando os EUA lideraram uma coalizão militar para forçar a desocupação do Kuait, invadido por Saddam em 90-, os curdos se rebelaram e foram perseguidos. Cerca de mil kuaitianos morreram na invasão e na ocupação do país.
Os xiitas foram perseguidos no fim dos anos 70 e no início dos 80 sob o argumento de que tinham laços com o Irã e pretendiam "importar" a Revolução Islâmica.
O regime iraquiano pratica execuções sumárias, raptos, estupros, torturas, transferências forçadas e exige que famílias entreguem suas crianças para serem alistadas no Exército, na polícia ou em grupos paramilitares.
Outra característica dos métodos de repressão utilizados pelo regime iraquiano é a intimidação de supostos inimigos do regime e de seus familiares, círculos mais próximos (colegas de trabalho, amigos etc.) ou até mesmo de clãs inteiros.


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