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França e EUA se reaproximam durante a crise
DA REDAÇÃO
A destituição do presidente
Jean-Bertrand Aristide e o envio
de tropas para garantir a segurança interna do Haiti compõem um
episódio pelo qual França e Estados Unidos, afastados pela Guerra do Iraque, selam um lento processo de reconciliação.
O governo francês mencionou
ontem "a maneira exemplar de
cooperação", referindo-se às consultas telefônicas feitas na semana
passada entre os chefes das diplomacias dos dois países, Colin Powell e Dominique de Villepin.
A França declarara na última
terça-feira que Aristide deveria
deixar o poder. Os Estados Unidos afirmaram o mesmo na sexta-feira. A situação do então presidente tornou-se insustentável.
"Pode-se dizer que as decisões
francesas com relação ao Haiti
mostram o desejo de virar a página das desavenças com os EUA",
disse Jean-Jacques Kourliandsky,
do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas, de Paris.
A motivação dos dois países não
foi a mesma. A França se preocupava com seus 2.000 cidadãos no
pequeno país do Caribe, que até
há 200 anos foi seu território colonial. Os Estados Unidos, por sua
vez, temiam que o prolongamento da crise provocasse um fluxo de
refugiados para a Flórida.
David Abraham, especialista
em Haiti na Universidade de Miami, diz que o governo Bush procurou evitar uma onda maciça de
refugiados haitianos, como a que
ocorreu no início dos anos 90.
Militares norte-americanos
chegaram a se preparar para alojar haitianos na base de Guantánamo, litoral de Cuba. A Marinha
dos EUA ainda ontem reforçou o
policiamento na região.
A Flórida tem como governador
Jeb Bush, irmão do presidente. Os
haitianos gerariam tensões e provocariam problemas eleitorais
para o presidente, que em 2000 teve sua eleição decidida por uma
margem reduzida de votos naquele Estado.
Com agências internacionais
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