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Aristide chega à África e acusa os EUA de seqüestro
DA REDAÇÃO
O ex-presidente do Haiti Jean-Bertrand Aristide, 50, chegou na
manhã de ontem à República
Centro-Africana, em meio à indefinição sobre qual será seu destino
final e a relatos (desmentidos) de
que ele teria saído de Porto Príncipe à força, seqüestrado pelos
EUA. "Ao me derrubar, eles [os
rebeldes] cortaram a árvore da
paz, mas ela crescerá novamente,
porque as raízes estão bem plantadas", afirmou Aristide.
Acompanhado por sua mulher,
o ex-presidente haitiano demonstrava abatimento ao desembarcar
no aeroporto de Bangui, a capital
do país. De lá, foi levado ao palácio do general François Bozize,
que assumiu o poder na República Centro-Africana em um golpe,
em março de 2002.
"Garantimos asilo a Aristide
nos primeiros dias. Mas é muito
cedo para dizer se ele ficará aqui
ou não", disse Parfait Mbaye, ministro das Comunicações.
Antes de deixar o Haiti, Aristide
teria dito a assessores em Porto
Príncipe que seguiria à África do
Sul. Em Pretória, o vice-ministro
do Exterior sul-africano, Aziz Pahad, declarou que seu governo
não recebeu nenhum pedido de
asilo para o ex-presidente haitiano, mas que "não tem, em princípio, objeções em recebê-lo".
Os congressistas americanos
Charles Rangel (republicano) e
Randall Robinson (democrata)
relataram ter recebido ligações de
Aristide afirmando que deixara
Porto Príncipe à força e que era
mantido prisioneiro em Bangui.
"Ele me disse que foi seqüestrado
em sua casa e colocado no avião
por cerca de 20 soldados fortemente armados", contou Robinson, ligado ao movimento negro
americano, como Rangel.
A acusação foi rechaçada pelos
EUA. "Não creio que Aristide tenha dito isso", declarou o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld.
Um porta-voz da República Centro-Africana disse que Aristide é
"um homem livre em Bangui".
Com agências internacionais
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