São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo Bush quer me matar, afirma Chávez

DA ENVIADA A MONTEVIDÉU
DA AGÊNCIA FOLHA EM MONTEVIDÉU

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou a afirmar ontem, em Montevidéu, que o governo dos EUA planeja assassiná-lo. "Se algo chegar a ocorrer contra minha vida, o responsável será o presidente dos EUA, George W. Bush", disse, antes de se dirigir às solenidades presentes à posse do presidente uruguaio, Tabaré Vázquez.
Há duas semanas, Chávez havia afirmado, num discurso pela TV, ter conhecimento de um complô norte-americano para matá-lo. Na ocasião, ameaçou suspender as exportações de petróleo aos EUA. Ontem, Chávez disse que o ditador cubano, Fidel Castro, "também recebeu a mesma informação".
Tabaré assina hoje um tratado de cooperação energética com a Venezuela. Também em Montevidéu, Chávez se reúne nesta manhã com os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Argentina, Néstor Kirchner, para discutir a intenção da Venezuela de se tornar membro-pleno do Mercosul. O bloco é conformado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Há uma versão, não confirmada pelo governo brasileiro, de que as relações diplomáticas da Venezuela com os EUA também serão abordadas no encontro.
Chávez foi ovacionado pela população que se concentrou na praça da Independência, ao redor do Palácio e da Assembléia, onde ocorreram os atos de posse de Tabaré. Os militantes carregavam bandeiras -do Uruguai, de Che Guevara, da Catalunha, da Venezuela- e entoavam palavras de ordem como "Cuba, sim! [ex-presidente Jorge] Batlle, Não!".
O aposentado brasileiro Plínio Silveira Lima, 59, acompanhava a festa popular com uma bandeira do PT gaúcho. Filho de uruguaio, Lima, sua mulher e um casal de amigos viajaram de Porto Alegre a Montevidéu "especificamente para participar do evento histórico".
Os militantes fizeram uma grande saudação a Kirchner quando ele chegou à sacada do Palácio da Independência. Kirchner acenou e fez o V da vitória. Pela manhã, o presidente argentino havia anunciado, em Buenos Aires, a saída do país da moratória da dívida pública.


Texto Anterior: Análise: Mais longe dos EUA
Próximo Texto: Oriente Médio: Síria prevê retirada nos próximos meses
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.