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ORIENTE MÉDIO
Ditador Assad dá declaração em meio a movimento opositor libanês que pede fim da presença das forças sírias
Síria prevê retirada nos próximos meses
DA REDAÇÃO
Um dia depois da renúncia do
governo pró-Damasco em Beirute, o ditador sírio, Bashar al Assad,
disse que pretende retirar nos
próximos meses os cerca de 14 mil
soldados que mantém no Líbano.
A afirmação, feita em entrevista
à revista americana "Time", ocorre em meio à crescente pressão interna no Líbano e de outros países, especialmente dos EUA, para
que a Síria encerre a sua ocupação
militar do território libanês e coloque um fim ao controle que
exerce sobre a política do país.
Os opositores libaneses continuaram nas ruas ontem pedindo
a saída da Síria e a renúncia do
presidente Emile Lahoud, ligado a
Damasco. O sucessor do ex-premiê Omar Karami ainda não foi
escolhido pelo presidente.
"A retirada pode ocorrer em
breve, talvez nos próximos meses.
Não depois disso. Não posso dar
uma resposta exata. A minha opinião é de que ocorra nos próximos meses", afirmou Assad.
"Não posso dizer que a saída
ocorrerá em dois meses porque
ainda não me reuni com o Exército. Talvez eles digam que é preciso
seis meses para organizar a retirada", disse Assad.
O ditador sírio acrescentou que
a segurança na fronteira da Síria
com o Líbano deve ser levada em
consideração durante a remoção
dos militares.
A pressão para a retirada síria
começou após o atentado que
matou o premiê Rafik Hariri
(1992-98 e 2000-04) no dia 14 do
mês passado. Opositores libaneses, amparados não-oficialmente
pelos EUA e pela França, acusam
a Síria e o governo libanês de estarem por trás do ataque. Damasco
nega envolvimento na ação.
A secretária de Estado dos EUA,
Condoleezza Rice, pediu que os
sírios saiam do Líbano e que eleições democráticas sejam realizadas no país. "Os sírios deveriam
saber as suas responsabilidades
internacionais", disse.
Os senadores também não ficaram satisfeitos com a declaração
de Assad e pediram uma saída
imediata. "A comunidade internacional insistirá para uma aceleração da retirada", disse o republicano Richard Lugar, presidente
da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Joseph Biden, que
é o líder democrata na comissão,
acrescentou: "Eles [os sírios] precisam sair [do Líbano]".
O Departamento de Estado denominou de "Revolução dos Cedros" o movimento opositor no
Líbano que já conseguiu a renúncia do premiê Omar Karami e de
todo o seu gabinete.
Com agências internacionais
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