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Blair é acusado de enganar britânicos
DA REDAÇÃO
O premiê britânico, Tony Blair,
foi acusado ontem de ter exagerado nas suas afirmações sobre a
ameaça das supostas armas de
destruição em massa que o regime de Saddam Hussein possuiria.
A ex-secretária do Desenvolvimento Internacional Clare Short
disse que o premiê enganou a opinião pública do país sobre a
ameaça de um ataque iraquiano
com armas químicas ou biológicas. Ela renunciou três semanas
atrás ao seu cargo no gabinete em
protesto pelo desempenho de
Blair no pós-guerra no Iraque.
O ex-ministro Robin Cook, que
deixou o gabinete de Blair às vésperas da guerra, pediu uma investigação independente sobre as advertências do premiê de que Saddam tinha "planos militares de
usar os armamentos [químicos e
biológicos]".
Segundo Cook, forças britânicas e americanas estão no Iraque
há mais de 45 dias sem encontrar
uma única arma química. "É óbvio que as afirmações [de Blair]
eram erradas. Parece que o governo cometeu um erro grave."
Para o ex-chanceler britânico,
Blair deve estabelecer um inquérito independente para que as forças britânicas não precisem ir a
combate novamente com base
"num erro".
Nos meses anteriores à eclosão
da guerra no Iraque, Blair repetidamente ressaltou a necessidade
de atacar o Iraque para impedir
que Saddam utilizasse armamentos de destruição em massa.
Blair disse ontem em entrevista
à rede de TV Sky que provas de
que o Iraque possuía armas de
destruição em massa serão descobertas e mostradas ao público.
Nos EUA, o senador democrata
Bob Graham afirmou que: "Se
não forem encontradas armas de
destruição em massa, isso indicará uma grave falha da inteligência
ou então manipulação para manter os americanos no escuro".
Graham pretende disputar as primárias de seu partido na disputa
presidencial de 2004.
Dois comitês do Senado americano pretendem investigar se
houve falha da inteligência americana em relação às supostas armas iraquianas.
Ataque
Um soldado americano ficou ferido e um iraquiano morreu ontem quando um blindado dos
EUA foi alvo de uma série de disparos diante de uma mesquita no
norte do Iraque. Não havia pistas
sobre a autoria do ataque.
O diário pan-árabe "Asharq Al-Awsat", citando um primo de
Saddam, afirmou que duas filhas
do ex-ditador estão vivendo em
dois quartos apertados em uma
área humilde de Bagdá. Raghad e
Rana, que viviam em palácios,
não saberiam o paradeiro do pai.
Com agências internacionais
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