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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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Blair é acusado de enganar britânicos

DA REDAÇÃO

O premiê britânico, Tony Blair, foi acusado ontem de ter exagerado nas suas afirmações sobre a ameaça das supostas armas de destruição em massa que o regime de Saddam Hussein possuiria.
A ex-secretária do Desenvolvimento Internacional Clare Short disse que o premiê enganou a opinião pública do país sobre a ameaça de um ataque iraquiano com armas químicas ou biológicas. Ela renunciou três semanas atrás ao seu cargo no gabinete em protesto pelo desempenho de Blair no pós-guerra no Iraque.
O ex-ministro Robin Cook, que deixou o gabinete de Blair às vésperas da guerra, pediu uma investigação independente sobre as advertências do premiê de que Saddam tinha "planos militares de usar os armamentos [químicos e biológicos]".
Segundo Cook, forças britânicas e americanas estão no Iraque há mais de 45 dias sem encontrar uma única arma química. "É óbvio que as afirmações [de Blair] eram erradas. Parece que o governo cometeu um erro grave."
Para o ex-chanceler britânico, Blair deve estabelecer um inquérito independente para que as forças britânicas não precisem ir a combate novamente com base "num erro".
Nos meses anteriores à eclosão da guerra no Iraque, Blair repetidamente ressaltou a necessidade de atacar o Iraque para impedir que Saddam utilizasse armamentos de destruição em massa.
Blair disse ontem em entrevista à rede de TV Sky que provas de que o Iraque possuía armas de destruição em massa serão descobertas e mostradas ao público.
Nos EUA, o senador democrata Bob Graham afirmou que: "Se não forem encontradas armas de destruição em massa, isso indicará uma grave falha da inteligência ou então manipulação para manter os americanos no escuro". Graham pretende disputar as primárias de seu partido na disputa presidencial de 2004.
Dois comitês do Senado americano pretendem investigar se houve falha da inteligência americana em relação às supostas armas iraquianas.

Ataque
Um soldado americano ficou ferido e um iraquiano morreu ontem quando um blindado dos EUA foi alvo de uma série de disparos diante de uma mesquita no norte do Iraque. Não havia pistas sobre a autoria do ataque.
O diário pan-árabe "Asharq Al-Awsat", citando um primo de Saddam, afirmou que duas filhas do ex-ditador estão vivendo em dois quartos apertados em uma área humilde de Bagdá. Raghad e Rana, que viviam em palácios, não saberiam o paradeiro do pai.


Com agências internacionais


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