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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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ORIENTE MÉDIO

País reduz restrições

Israel deve desmantelar assentamentos ilegais

DA REDAÇÃO

O primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, anunciou ontem que pretende desmantelar os assentamentos judaicos ilegais nos territórios ocupados. Além disso, serão levantadas parte das restrições para o tráfego entre cidades palestinas e para a entrada de trabalhadores palestinos em Israel. Cerca de cem prisioneiros palestinos devem ser libertados.
O anúncio das medidas, que fazem parte das obrigações de Israel na primeira fase do novo plano de paz para o Oriente Médio, acontece dias antes da cúpula de paz em Ácaba (Jordânia), que reunirá, na quarta-feira, o presidente dos EUA, George W. Bush, Sharon e o premiê palestino, Abu Mazen.
O plano de paz, proposto por EUA, União Européia, ONU e Rússia, deve culminar na criação de um Estado palestino em 2005.
"Teremos um período complicado adiante. Não devemos tocar em temas que não serão discutidos agora. Precisamos ficar unidos para alcançarmos os nossos resultados. Se agirmos assim, poderemos ter segurança e paz", disse o premiê para o seu gabinete.
Membros mais direitistas de seu ministério têm feito duras criticas às concessões que Sharon está anunciando aos palestinos.
Os assentamentos ilegais são construídos à revelia do governo israelense, diferentemente das colônias consideradas legais por Israel. Para os palestinos e a lei internacional, todos os assentamentos judaicos em Gaza e Cisjordânia são considerados ilegais.
Cerca de 3.500 palestinos entraram em Israel ontem para trabalhar a partir da faixa de Gaza. Na Cisjordânia, entre 3.500 e 5.000 trabalhadores puderam entrar em Israel. O Ministério da Defesa de Israel afirmou que cerca de 25 mil palestinos devem receber permissão de trabalho em Israel. Antes da Intifada (revolta palestina iniciada em setembro de 2000), o número era de 120 mil e representava importante fonte de renda aos palestinos.
O ministro do Trabalho palestino, Ghassan Khatib, disse que os gestos israelenses têm pouco impacto na vida dos palestinos.

Cessar-fogo
Os palestinos, por sua vez, tentam negociar um cessar-fogo com os grupos terroristas. O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat, disse que o Hamas pode anunciar uma trégua nos ataques nos próximos dias. Mazen já havia feito declaração similar. Mas tanto os EUA quanto Israel exigem que os palestinos cumpram o que está previsto no plano de paz: a ANP deve desmantelar os grupos terroristas, confiscar suas armas e deter seus membros. Analistas afirmam que uma ação nesse sentido poderia causar uma guerra civil entre os palestinos.
Forças israelenses mataram um adolescente e um palestino armado em choques separados na faixa de Gaza ontem.


Com agências internacionais


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