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DIPLOMACIA
Amorim admite nova consulta à França por avião
ELIANE CANTANHÊDE
EM SÃO PAULO
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu
ontem a possibilidade de fazer
novo pedido de consulta à França
caso surjam "fatos novos" que
desmintam a posição oficial francesa sobre uso do território brasileiro por um avião militar francês.
Há fortes indicações de que o
avião, um Hércules C-130, transportava agentes da área de segurança da França e estava no Brasil
para tentar resgatar a ex-senadora
Ingrid Betancourt, sequestrada
pelas Farc, principal grupo guerrilheiro da Colômbia. Candidata a
presidente em 2002, ela tem dupla
cidadania, colombiana e francesa.
Anteontem, em nota em que
pediu desculpas por não ter avisado previamente o Brasil, o chanceler francês, Dominique de Villepin, disse que se tratou de "missão médica", mas o governo brasileiro tem indicações diferentes.
Após dizer que "o Itamaraty
considera o caso encerrado",
Amorim ressalvou em seguida:
"A não ser que surjam fatos novos, que espero que não surjam".
O ministro disse que o Itamaraty não questionava a informação de que se tratava "missão médica" ou "humanitária", acreditando tanto na nota quanto nas
explicações que o próprio De Villepin havia lhe dado ao telefone,
na manhã de quinta-feira.
Mas Amorim deixou em aberto
a hipótese de haver novidades. "É
preciso deixar claro que o Itamaraty não tem todas as versões da
história, há outros órgãos acompanhando", disse.
A deputada Zulaiê Cobra
(PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de
Defesa Nacional na Câmara,
anunciou que vai convocar o ministro da Defesa, José Viegas, e o
embaixador francês no Brasil,
Alain Rouquié, para prestarem
esclarecimentos sobre o caso.
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