UOL


São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DIPLOMACIA

Amorim admite nova consulta à França por avião

ELIANE CANTANHÊDE
EM SÃO PAULO

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, admitiu ontem a possibilidade de fazer novo pedido de consulta à França caso surjam "fatos novos" que desmintam a posição oficial francesa sobre uso do território brasileiro por um avião militar francês.
Há fortes indicações de que o avião, um Hércules C-130, transportava agentes da área de segurança da França e estava no Brasil para tentar resgatar a ex-senadora Ingrid Betancourt, sequestrada pelas Farc, principal grupo guerrilheiro da Colômbia. Candidata a presidente em 2002, ela tem dupla cidadania, colombiana e francesa.
Anteontem, em nota em que pediu desculpas por não ter avisado previamente o Brasil, o chanceler francês, Dominique de Villepin, disse que se tratou de "missão médica", mas o governo brasileiro tem indicações diferentes.
Após dizer que "o Itamaraty considera o caso encerrado", Amorim ressalvou em seguida: "A não ser que surjam fatos novos, que espero que não surjam".
O ministro disse que o Itamaraty não questionava a informação de que se tratava "missão médica" ou "humanitária", acreditando tanto na nota quanto nas explicações que o próprio De Villepin havia lhe dado ao telefone, na manhã de quinta-feira.
Mas Amorim deixou em aberto a hipótese de haver novidades. "É preciso deixar claro que o Itamaraty não tem todas as versões da história, há outros órgãos acompanhando", disse.
A deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional na Câmara, anunciou que vai convocar o ministro da Defesa, José Viegas, e o embaixador francês no Brasil, Alain Rouquié, para prestarem esclarecimentos sobre o caso.


Texto Anterior: Kirchner defende parceria com Brasil
Próximo Texto: Cáucaso: Atentado mata 35 perto da Tchetchênia
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.