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São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2003

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CÁUCASO

Ataque a hospital militar deixa 76 feridos; cerca de 150 morreram em ações terroristas atribuídas a separatistas desde maio

Atentado mata 35 perto da Tchetchênia

DA REDAÇÃO

Pelo menos 35 pessoas morreram e outras 76 ficaram feridas após um carro-bomba explodir em frente a um hospital militar em Mozdok, na Ossétia do Norte, a poucos quilômetros da fronteira com a Tchetchênia. Um terrorista também morreu na ação. As informações foram divulgadas por autoridades russas.
Até o fechamento desta edição, ninguém havia assumido a autoria do ataque, mas os principais suspeitos são os rebeldes separatistas tchetchenos.
Segundo a agência de notícias russa Interfax, um caminhão carregado com explosivos, dirigido por um suicida, arrebentou o portão de entrada do hospital.
A explosão destruiu completamente o prédio de quatro andares em que funcionava o hospital, disse o ministro regional de Situações de Emergência, Boris Dzgoyev, à Associated Press. No local em que o carro-bomba explodiu, em frente à recepção, ficou uma cratera de oito metros de largura e três metros de profundidade.
A Ossétia do Norte é uma república da Federação Russa. O hospital faz parte de um complexo militar russo em que são preparadas operações contra guerrilheiros tchetchenos.
Dzgoyev disse que havia 115 pessoas no hospital no momento da explosão. Um incêndio teve início logo após a explosão. Os bombeiros levaram quase duas horas para controlá-lo.
Um mulher que vive a cerca de quatro quilômetros do hospital disse a uma rádio russa que diversas casas de seu bairro tiveram suas janelas quebradas.

Sequência
Nos últimos meses, a Rússia sofreu uma série de atentados atribuídos aos separatistas tchetchenos, o que tem gerado uma onda de medo em todo o país. Desde o último mês de maio, esses atentados mataram por volta de 150 pessoas.
Em Moscou, 14 pessoas foram mortas em um atentado a bomba durante um festival de rock, no dia 5 do mês passado. A ação foi realizada por duas terroristas, que também morreram.
Dias depois desse atentado, um agente federal morreu no centro da capital russa ao tentar desativar uma bomba.
Em outro ataque suicida em Mozdok, uma mulher-bomba matou 18 pessoas que participavam de uma cerimônia religiosa.
A crescente presença de mulheres em ações terroristas de rebeldes tchetchenos fez com que a mídia russa as apelidasse de "viúvas negras", pois estariam vingando a morte de seus maridos.

Baixas militares e desgaste
Os rebeldes também intensificaram ataques contra militares russos na Tchetchênia. No dia 13 de julho, 12 soldados russos foram mortos a tiros em uma emboscada. Outras dezenas de soldados foram mortos em diversos ataques desde o início deste ano.
A crise na Tchetchênia tem sido o principal foco de desgaste do presidente russo, Vladimir Putin. Este, em grande parte, conseguiu eleger-se graças a seu papel à frente de uma ofensiva contra os rebeldes, no final dos anos 90.
Em março, o governo russo realizou um plebiscito sobre o status da república separatista. Cerca de 95% teriam votado a favor da união com Moscou, mas o resultado é considerado suspeito.


Com agências internacionais


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